Ambos Marvel e DC, obviamente, miram o mercado cinematográfico de filmes de super-heróis, mas apesar de seus filmes terem a mesma temática, tem propostas diferentes. Focar fielmente nessas propostas seria o erro real das editoras?
Embora a Marvel tenha chegado a um patamar em que seus filmes tenham lucros impressionantes, no começo das gravações de todo novo filme, sempre afirmam que será “o mais sombrio do estúdio”, e no fim das contas acaba sendo mais um Era de Ultron da vida, o caso mais recente foi com o filme do Pantera Negra.
Isso prova que há uma certa vontade de ter mais seriedade em seus longas, apesar do estúdio que os viabiliza, enquanto a tal seriedade é justamente o que é considerado o maior defeito dos longas da DC.
E pode ser que, de fato, a Marvel conseguisse implantar seriedade em seus filmes se não fosse pela Disney, que é um estúdio que mira os quatro públicos, crianças, adolescentes, adultos e idosos, com foco de arrecadar um lucro maior. É inegável que tal estratégia tem dado certo até o momento.
Mas até que ponto é possível admitir que as intenções dos estúdios de lucrar atrapalhem na qualidade do filme? Nesse quesito a DC se sobressaí um pouco, positivamente. A Warner Bros. parece dar a liberdade necessária aos seus diretores, roteiristas e produtores para fazer a melhor história possível, embora cobre o preço na sala de edições. Com Batman vs Superman, as edições tiveram como foco diminuir a duração do filme para conseguir ter mais salas de cinema e portanto, arrecadar mais dinheiro. Já com Esquadrão Suicida, o longa foi reformulado do filme sério do David Ayer, para algo mais descompromissado, também visando as vontades público dos dias de hoje e amenizar as críticas – este último não deu muito certo.
Já na Marvel, a estratégia é até mais inteligente. A Disney impõe seus padrões antes mesmo do filme ser feito, e caso os diretores não estiverem de acordo em fazer um filme do ponto de vista do estúdio e não do deles, são cortados imediatamente (tal como ocorreu com Edgar Wright, que seria diretor de Homem-Formiga, e Patty Jenkins, que seria a diretora de Thor 2 e foi pega pela DC para fazer o filme da Mulher-Maravilha, enquanto Edgar é cotado para dirigir Homem de Aço 2). Embora drástico, este rumo é mais seguro e não apela para cortes bruscos que geram más críticas como a Warner Bros tem feito.
Portanto, podemos concluir que até agora, nos filmes da Marvel vimos a fórmula genérica da Disney, enquanto nos da DC até tivemos as histórias dos diretores, mesmo que picotadas. A seu modo ambos os estúdios cobraram seu preço, a diferença foi que a Disney fez de uma forma que essas alterações não afetassem negativamente os filmes em si.
Enquanto a Marvel tenta sair dos padrões Disney, para logo depois o estúdio acrescentar suas vontades nas refilmagens, a DC tem a tarefa de mudar um pouco a sua estética de filme para tentar agradar a um público maior, adicionando mais cor, bom humor e otimismo em seus filmes. Vamos aguardar para ver como ambas vão se sair já em seus próximos filmes, Doutor Estranho e Mulher-Maravilha.
Afinal, além de ser fiel aos quadrinhos, hoje em dia é preciso olhar para o público e saber o que ele quer. Isso pode não ser lá tão bom, pois um bom fã de filmes, além de filmes bons, gosta mesmo é de diversidade. Mas no fim das contas, os estúdios só querem dinheiro mesmo.