Dia 26 de novembro, no último sábado, ocorreu a premiação do Argos em sua edição de 2016: um prêmio criado pelo Clube de Leitores de Ficção Científica, que agremia fãs de narrativas de ficção-científica, fantasia, terror e seus subgêneros. O prêmio é dado a autores brasileiros que se destaquem no gênero fantástico, não diferente de premiações americanas como o Hugo ou o Nebula, só para citar os dois mais famosos do campo. Três são as categorias: Melhor Romance, Melhor Conto e Melhor Antologia ou Coletânea.
Os ganhadores foram, respectivamente, “O Império de Diamante”, de João Beraldo; “O Último Caçador Branco”, deste que vos digita e “Monstros Gigantes – Kaiju”, organizada por mim e meu caríssimo Daniel Russel Ribas.
Houve ainda um prêmio especial para Erick Cardoso, o Erick-samá, editor-chefe da Editora Draco, que veio de São Paulo para recebê-lo, dado seu trabalho todos estes anos apostando na literatura fantástica made in Brazil: como prova do desempenho da Draco, quase todos os concorrentes desse ano foram por ela publicados – e os ganhadores por ela vieram. Um belo 4×0 nesse placar.
Variando do Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro, este ano a premiação foi no LER – Salão Carioca do Livro, no Pier Mauá, especificamente no auditório Machado de Assis. Foi um belo dia de sábado, ensolarado porém com o clima agradavelmente ameno.
As presenças, bem-humoradas e de alto-astral, eram de conhecidas faces do meio de Ficção-Científica fluminense: Gérson Lodi-Ribeiro (concorrente com “Perdidos no Paraíso” a Melhor Romance), Ana Lúcia Merege (também autora, concorrendo em Melhor Conto com “O Tesouro dos Mares Gelados”), Cirilo Lemos (na Melhor Romance por “E de Extemínio”), além de amigos como Eduardo Torres, Miguel Carqueija e Ricardo França. Também presentes estavam o atual presidente do CLFC, Clinton Davisson, o já mencionado Ribas, João Beraldo, carioca radicado em São Paulo, que concorreu e ganhou Melhor Romance com seu “Império de Diamante”; além daquele que é um autêntico decano do meio, o dramaturgo, compositor e escritor Bráulio Tavares, de quem honradamente recebi o prêmio de Melhor Conto em mãos.
Ao final do evento, homenageamos Max Mallmann, um amigo de muitos – senão de todos – ali, que faleceu no início de novembro, após uma luta de mais de um ano contra o câncer. Era escritor (“Síndrome de Quimera”, “O Centésimo em Roma” entre outros, pela Rocco) e roteirista profissional (“Carga Pesada”, “A Grande Família”, na Globo), e sempre lembrado pela generosidade com amigos e conhecidos, além de uma acidez bem-humorada que lhe pontuava escritos e convívio.
Houve um minuto de aplausos, e Gérson lhe dirigiu ainda belas palavras. Mais do que merecido. Após o evento, fomos a um café ao lado para almoçar ou lanchar. Ainda conversamos, rimos e celebramos livros, amigos e bons momentos; na certeza de que, se o elenco estava incompleto, quem estava valia à pena estar ao redor.
Que venham mais vezes.
Texto escrito por LUIZ FELIPE VASQUES
Revisado por: Bruna Vieira.