Imagina que alguém tenha feito algo contra você, talvez algo grave ou algo que você nem sabia que tinha sido feito, e que magicamente aparecesse alguém com uma proposta inusitada: Te dar uma pasta com uma arma e 100 balas irrastreáveis, junto a prova convincente de que aquela pessoa realmente fez isso contra você. Essa seria a sua oportunidade única de acertas as contas neste mundo injusto. Você faria? Essa é a premissa da obra 100 balas.
O quadrinho do Brian Azzarello e Eduardo Risso, que ganhou a sua versão de luxo pela editora Panini, nos apresenta essa trama que divide opiniões: Qual será a resposta certa? Qual seria a sua justiça? Essas são as perguntas que aparecem nas cabeças dos felizardos (ou inferlizardos) que recebem esse presente do agente Graves.
Mesmo com essa ideia bem interessante de ver como as pessoas pensam sobre matar alguém, sobre como a vida é injusta para aqueles que menos detém dinheiro (mas às vezes os mais afortunados também) e como a vingança, mesmo que aparentemente esquecida, pode mover uma pessoa, seja ela boa ou não. E não pense que isso é uma história sobre “pagamentos de conta”, aqui tem muita violência, mortes, mistério e conspirações.
Os personagens aparecem e vão, seja no sentido figurado ou literal, fazendo com que nós leitores não tenhamos uma grande vínculo sentimental com eles, já que podem morrer a qualquer hora. Porém, ainda conseguimos nos sentir sedentos pelos arcos de personagens, seus desenvolvimentos e jornadas.
A arte do Risso é bem diferente das artes habituais dos quadrinhos mais conhecidos. Os traços são calculadamente desengonçados contrastando com rostos expressivos, o que pode ser algo surpreendente para alguns leitores e talvez afaste outros.
Mas as maiores perguntas que fica no ar é: Quem está por trás disso tudo? Quem escolhe quem merece se vingar? E por que isso está acontecendo? Para essas perguntas, só obtendo a edição de luxo da editora Panini que é um prato cheio para novos leitores e para os fãs fervorosos dessa série.