Esta matéria contém spoilers!
Será que existe algum lugar seguro na Terra, quando o maior herói de todos os tempos resolve dizimar a população? É com essa pergunta que entramos no segundo volume de Imperdoável da Editora Devir.
Sendo uma continuação direta aos acontecimentos do primeiro volume, o foco deste volume é no grupo de heróis conhecido como Paradigma, que estão atrás do vilão Modeus, o único capaz de amedrontar o Plutoniano.
Os problemas se intensificam quando o exército dos Estados Unidos tenta contra-atacar. Mesmo sabendo que o poder de fogo deles é incomparavelmente fraco contra o Plutoniano, eles decidem chamar uma força maior, invocando o demônio Orian, uma ameaça já enfrentada anteriormente pelo grupo. Seu papel na história, até então, é mais para descobrir que alguns dos heróis poderiam sim ter parado o antigo herói antes dele sucumbir a loucura, do que lutar contra ele propriamente dito.
Enquanto isso, com o desespero da situação, grandes líderes de diversos países do mundo decidem fazer uma coletiva e oferecer ao antigo herói suas terras, seus poderes e até o lugar como Rei dentre eles, tudo em troca de suas miseras vidas, mesmo que isso leve a morte de milhões. Isso torna o Plutoniano, por um curto tempo, curioso, mas como nada escapa dos seus ouvidos, ele consegue sentir a mentira em cada um deles. Eles não o amam, não o veneram. Eles o temem e farão qualquer coisa para agradá-lo.
Este é o ponto principal destes dois primeiros volumes. A pergunta que mais se fazem é “O que ele quer?” e, dentre os flashbacks do herói, nós entendemos um pouco da pesada carga que ele leva nos ombros. Ele escuta a todos como um Deus, o tempo todo. Nas suas reclamações, bajulações, nos pedidos de socorro e no desespero. Nunca há paz. Nunca é o suficiente. E é nessa deixa que uma cena icônica de Watchmen acontece, quando o Doutor Manhattan decide deixar a Terra e se isolar em um planeta distante. O antigo herói tenta, mas mesmo longe o bastante, ainda não era o suficiente.
Neste volume também temos traições, mortes (e muitas) e, no seu final, a esperança surge. Duas soluções aparecem com grandes potenciais de atingir o Plutoniano em cheio. Mas será que serão suficiente? Ou levará o grupo a ruína? Isso você saberá assim que adquirir a sua obra.
A qualidade no trabalho da Editora Devir continua igual ao primeiro volume. Um ponto a se ressaltar é na capa impactante, onde a Estátua da Liberdade está se despedaçando e caindo, enquanto o Plutoniano vem na nossa direção com os olhos ardentes. Digno de uma cena final do jogo do Injustice, após o personagem sair vitorioso de uma partida.