Colaborou: Alexia Meneses
Estou em vários grupos de Caixistas e Sonystas pelo Facebook, claro que o motivo inicial que me levou até lá foi o simples fato de divulgar as matérias do Cabana do Leitor, porém percebi que existe sim, uma disparidade entre o marketing das duas marcas que acabam recaindo sobre os fãs.
Enquanto a Sony, dona da PlayStation, possui o console mais popular do mundo, a Xbox mesmo com preços mais atrativos, continua atrás. Nenhum dos meus amigos jamais compraram Xbox, somente o console da Sony. Meu primo por exemplo, comprou todos os quatro PlayStation lançados até agora, mas assim como eu, ele jamais quis saber qual era o preço do Xbox. Não porque não queríamos ou por que somos Sonystas, mas sim porque sempre pensamos que era uma marca mais cara que o próprio PlayStation. Isso se mostrou um grande engano, pois um console da nova geração do Xbox, tem um modelo que esta saindo por menos que um PlayStation da nova geração por exemplo.
Desde o Xbox 360, a console rivalizava com o Playstation3, a empresa nunca se se preocupou com a qualidade ou com a exclusividade de seus jogos. Tanto que, em 2013, o custo beneficio do 360 era muito melhor. E mesmo assim, segundo dados buscados, o PlayStation3 alcançou a marca de 87 milhões de unidades vendidas, e o Xbox 360 com 84 milhões.
Se o público tem esta percepção no Brasil é porque algo no marketing não esta funcionando, e isso não é culpa dos verdadeiros fãs da marca que ainda sofrem com péssimas decisões da empresa. Diferente da Sony que faz questão de se afastar de fãs e influenciadores tóxicos, a Xbox Brasil parece que endossa este tipo de publico.
Foi ontem que ficamos sabendo do caso absurdo do Youtuber que levava o nome da marca no canal, Xbox Mil Grau. Na ocasião, o caso chegou ao chefão da marca Phil Spencer, que imediatamente deu a ordem para que a Xbox Brasil cortasse todas as relações com o Youtuber que foi acusado de xenofobia, antissemitismo, racismo e homofobia.
Caso encerrado, não é? Não! Depois disso, a apresentadora e streamer, Isadora Basile, foi perseguida pelos fãs do mesmo Youtuber, a marca ao invés de emitir uma nota repudiando os ataques e defender a sua contratada, fez justamente o contrário, a demitiu. A Xbox disse que a desligou da empresa para a proteger de ataques machistas e até ameaças de morte que sofreu. No fim, a vitima acaba sendo a culpada. A marca saiu com a imagem que na verdade endossa este tipo de público, pelo menos no Brasil.
Estes fãs dizem que são mais fãs que outros, ditam o que querem e quando querem, definem (parece) toda a ideia de marketing de uma marca. Como se quem jogasse Xbox fosse apenas macho alfa ou os verdadeiros nerds que estão em uma batalha (como em uma cruzada) lutando contra as “fêmeas”.
Os mesmo que dizem “Eu nem sei o que faria se algum cara estuprasse a minha irmã”, são os mesmos que endossam e relativizam este tipo de crime quando não é com um parente seu. Ora, se para defender um ser humano você precisa ser parente dele, então você deixou de ser um há muito tempo, pode ser qualquer coisa menos um ser humano. O escandaloso não é ter gente pensando assim, afinal, sempre terão os que defenderão Nero pondo fogo em Roma, o escândalo mesmo é a MARCA endossar (mesmo que de forma subliminar) estes tipos de preconceitos.
Não, o preço do Xbox (modelo mais simples) da nova geração que vai rodar os mesmos jogos que PS5, é muito mais barato que o PlayStation5. Não, os fãs da Xbox não são em maioria preconceituosos e estes tipos de manifestações não são exclusividade deles. Essa sensação que se dá, quase que coletiva é infelizmente culpa do marketing da marca no Brasil.