O cerco está se fechando cada vez mais para Georgia Miller! A terceira temporada de Ginny & Georgia já está disponível na Netflix, com 10 episódios inéditos. Ginny continua tentando sobreviver ao ensino médio, enquanto sua mãe luta para escapar da prisão. Uma nova temporada da série já foi confirmada pela plataforma, mas ainda sem previsão de estreia. Confira nossa crítica completa ao longo da matéria.
Na nova leva de episódios, o que deveria ser o dia mais feliz da vida de Georgia se transforma em pesadelo quando ela é detida sob acusação de assassinato durante o próprio casamento. A reviravolta coloca a família Miller no centro de um turbilhão de escândalos e intensa atenção da mídia. A relação entre mãe e filha, antes sólida, é duramente abalada. Ginny, pressionada pelos segredos e pelas circunstâncias, enfrenta um dilema: poderá confiar em Georgia novamente? Dividida entre seus sentimentos e a busca pela verdade, encara o momento mais desafiador de sua jornada.
Os novos episódios elevam o nível da produção, com maior duração e aprofundamento dos personagens. Tudo o que veio antes serviu de preparação para o que é apresentado agora, criando uma alta expectativa para a quarta temporada, já confirmada pela Netflix. Explorando os limites entre o certo e o errado, os acontecimentos impactam diretamente as trajetórias de Ginny, Austin e Georgia.
Além dos protagonistas, outros personagens também ganham destaque, como os irmãos Baker, desenvolvidos desde a primeira temporada de forma discreta, mas que encerram esta fase como os grandes destaques — sim, Ginny não é o ponto alto da história. Com dez episódios intensos, a produção aborda de forma coesa temas como depressão, ansiedade, bulimia e gaslighting, entre outros.

Individualmente, a trajetória de Georgia provoca o questionamento: “os fins justificam os meios“? O cerco se fecha, mas não ao ponto de ela realmente pagar por seus crimes. As tentativas de suavizar suas ações estão cada vez mais saturadas, repetidas desde o início da série. Embora alguns assassinatos tenham justificativas, permanece a dúvida se a morte do marido de Cintia Fuller era mesmo necessária. Quais motivações a levaram a cometer tal ato? Um fato permanece: é irracional que ela permaneça impune pelos crimes cometidos por conta própria. A infância difícil e a adolescência conturbada não a isentam — a verdade precisa prevalecer e a justiça deve alcançar Georgia Miller.
Ginny, por sua vez, torna-se um espelho da mãe, mas carrega um fardo insustentável. A culpa reverbera em sua trajetória. Seu desenvolvimento inicial é conduzido de forma inteligente, mas, em determinado ponto, a narrativa desanda desnecessariamente. Construída desde o início como um contraponto a Georgia, com posicionamentos éticos e críticos, tudo isso desmorona quando sua mãe está prestes a ser presa. Ela encarna o próprio “monstro que a criou”, como confessou na poesia declamada na segunda temporada, chegando a manipular o irmão — tudo isso sustentado por uma atuação madura e intensa.
Além das protagonistas, o impacto de Max e Marcus — os irmãos Baker — merece destaque. A depressão é abordada com sensibilidade nos dois: Marcus apresenta um retrato mais explícito da doença em momentos isolados, enquanto Max carrega o sofrimento silenciosamente, escondendo-o sob uma fachada de normalidade — sem dúvida, um dos momentos mais marcantes da temporada. As expectativas para o desenvolvimento desses arcos seguem altas.
Nora e Abby também têm seus momentos, mas apenas Abby demonstra um crescimento consistente a cada temporada. Nora, por outro lado, permanece estagnada diante dos acontecimentos centrais, sem evolução significativa nas três temporadas. Austin, ao longo das duas últimas temporadas, teve um encerramento impactante, mas apenas agora ganha um novo olhar — seu desenvolvimento pode ser crucial para os próximos episódios. Joe, mesmo após descobrir a verdade sobre Georgia, acaba cedendo aos encantos da Assassina Alcaidessa e permanece ao lado dela, apesar de sempre ter sido o personagem mais ético desde o início da série, o que cria certa incoerência.

Em resumo, esta temporada acerta em cheio em relação às anteriores, principalmente na distribuição de tempo de tela, nas temáticas abordadas e no aprofundamento individual de cada personagem. A produção provoca ainda mais o público a refletir sobre os limites entre o certo e o errado.
Criada por Sarah Lampert e produzida pela Netflix, a série conta com Debra J. Fisher e Anya Adams como produtoras executivas. O elenco principal traz Antonia Gentry como Ginny Miller, Brianne Howey como Georgia Miller, Diesel La Torraca como Austin Miller, Felix Mallard como Marcus Baker e Sara Waisglass como Maxine Baker.




