Crítica | Taylor Swift destaca os bastidores de sua vida no The Life of a Showgirl

Crítica | Taylor Swift destaca os bastidores de sua vida no The Life of a Showgirl

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7.3
The Life of a Showgirl - Taylor Swift

Uma das cantoras mais bem-sucedidas da indústria musical iniciou sua nova era em grande estilo! Na sexta-feira (3), Taylor Swift lançou The Life of a Showgirl, seu 12º álbum de estúdio. Com Max Martin e Shellback creditados como produtores, o projeto apresenta uma estética burlesca em 12 faixas inéditas — incluindo uma colaboração com Sabrina Carpenter (confira a crítica completa ao longo da matéria).

O anúncio de The Life of a Showgirl aconteceu em agosto, durante o podcast New Heights, apresentado por Travis Kelce — noivo da cantora — e seu irmão Jason Kelce. Desde então, Swift iniciou diversas contagens regressivas para divulgar vinis, capas alternativas, cores e outras informações sobre a nova fase musical, o que foi suficiente para atiçar a curiosidade dos fãs, conhecidos por criarem teorias sobre tudo o que a artista produz.

Durante a entrevista, Swift revelou detalhes sobre o processo criativo: “É uma espécie de demonstração energética de como minha vida tem sido, e este álbum reflete o que estava acontecendo nos bastidores da minha vida interior durante esta turnê, que foi tão exuberante, elétrica e vibrante. Eu queria fazer um álbum focado na qualidade, no tema e em tudo se encaixando como um quebra-cabeça perfeito. Com essas 12 músicas do meu 12º álbum, sinto que conseguimos isso”, afirmou.

Após diversas teorias, confirmou-se que a cor predominante deste trabalho é laranja. A proposta da artista é inspirada na estética burlesca, nascida na Inglaterra vitoriana da década de 1860 como uma paródia teatral de obras clássicas. Nos Estados Unidos, o gênero evoluiu para um espetáculo de variedades que combinava música, dança e comédia, introduzindo uma sensualidade ousada para a época. Mas será que The Life of a Showgirl é realmente um álbum de sucesso?

O disco começa em grande estilo. “The Fate of Ophelia” entra para o hall das melhores canções da cantora. “(Todo aquele tempo) que fiquei sozinha na minha torre. Você estava apenas aprimorando os seus poderes. Agora consigo entender tudo (consigo entender tudo). (Certa noite) você me desenterrou da minha cova e salvou o meu coração do destino de Ofélia (Ofélia)” — uma faixa intensa, em que letra e melodia se complementam perfeitamente. É, sem dúvidas, a melhor escolha de lead single. Contudo, o álbum não consegue manter o mesmo nível até o fim.

Esse é o caso de faixas como “Father Figure” e outras, que, embora bem compostas, perdem impacto devido a batidas fracas que diluem a força das letras. Diferente do single principal, essas músicas soam desconectadas, como se a batida e a composição seguissem propostas distintas, dificultando a conexão com o ouvinte.

Já “Elizabeth Taylor” e “Wi$h Li$t” têm ótimas propostas, mas a letra e o vocal não acompanham o peso da sonoridade. É como se as faixas permanecessem em linha reta, sem atingir o ponto alto que prometem.

Opalite” recupera parte do frescor da faixa de abertura, mas não é o tipo de canção que cria laço emocional com o público. “Eldest Daughter”, “Ruin The Friendship” e “Honey” exploram um lado mais emocional e dramático, mostrando a habilidade de Swift em equilibrar intensidade e sensibilidade — mas também revelam como a artista tende a repetir suas próprias fórmulas. Ao ouvir “CANCELLED!”, é impossível não lembrar de “I Did Something Bad“, do Reputation (2017). Apesar da previsibilidade, ainda assim a faixa entra na prateleira de “pop perfection” que Taylor domina como poucos.

A música “Actually Romantic” apresenta uma letra ousada e provocante, mas a melodia não sustenta essa energia. A faixa soa como uma tentativa fraca e quase infantil de afrontar alguém que inspirou a composição. O mesmo acontece em Wood, em que a artista aposta no sarcasmo para falar sobre sexo — um recurso semelhante ao usado por Sabrina Carpenter. Em um dos trechos, Swift canta: “O amor dele foi a chave que abriu minhas coxas”, mas como a cantora aborda o tema acaba soando pouco atraente — quase constrangedora.

Por fim, “The Life of a Showgirl“, colaboração com Sabrina Carpenter, encerra o álbum de forma coerente com o restante das faixas, sem grandes momentos de destaque — exceto pela forma como a canção encerra, trazendo a sensação de que as cortinas do show estão fechando.

Em resumo, o 12º álbum de estúdio de Taylor Swift tem altos e baixos. As composições continuam sendo o ponto forte de sua carreira, e neste trabalho não é diferente. Os visuais escolhidos estão entre os melhores de toda a sua trajetória, com referências bem aplicadas e uma estética marcante.

The Life of a Showgirl começa de forma magistral, intensa e ousada — mas essas qualidades ficam restritas ao lead single. O restante do álbum reforça como Taylor Swift parece mirar apenas em sua própria bolha. Outros públicos podem até se interessar, mas dificilmente este será um disco lembrado a longo prazo.

Todas as músicas do The Life of a Showgirl, de Taylor Swift, estão disponíveis nas plataformas de streaming.

The Life of a Showgirl - Taylor Swift
7.3
The Fate of Ophelia 10
Opalite 8
Eldest Daughter 8
Ruin The Friendship 8
CANCELLED! 8
Elizabeth Taylor 7
Wi$h Li$t 7
Honey 7
The Life of a Showgirl 7
Father Figure 6
Actually Romantic 6
Wood 6
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