O cenário da aquisição da Warner Bros. Discovery sofreu uma reviravolta política inesperada. O ex-presidente Donald Trump retirou seu apoio e passou a atacar publicamente a família Ellison, proprietária da Paramount Skydance. Essa mudança de postura ocorre justamente no momento em que a empresa realiza uma oferta hostil para a compra da Warner, criando uma nova camada de tensão nos bastidores da negociação.
O estopim para as críticas foi a programação do canal CBS, que pertence à Paramount. A emissora entrevistou no seu programa mais famoso, o 60 Minutes, a deputada republicana da Geórgia, Marjorie Taylor Greene, considerada uma nova adversária política de Trump. A reação do ex-presidente foi imediata e coincidiu com a movimentação agressiva da Paramount para tentar reverter a vitória da Netflix na licitação pelos ativos da Warner Bros. Discovery.
Trump não poupou palavras ao comentar sobre a entrevista e a deputada, utilizando sua rede social para desqualificar a antiga aliada. Ele declarou: “A única razão pela qual Marjorie ‘Traidora’ Brown (verde fica marrom sob pressão!) se tornou má é que ela foi rejeitada pelo Presidente dos Estados Unidos (certamente não é a primeira vez que ela é rejeitada!). Muito trabalho, pouco tempo, e suas ideias são, AGORA, realmente RUINS – Ela me lembra uma maçã podre!”
O ex-presidente continuou seu ataque focado na mudança de lealdade da deputada, questionando suas convicções políticas. “Marjorie não é ‘América Primeiro’ nem MAGA, porque ninguém poderia ter mudado suas opiniões tão rápido, e suas novas opiniões são as de uma pessoa muito burra”, completou Trump, demonstrando seu descontentamento com a visibilidade dada a ela pelo canal da família Ellison.
A crítica, no entanto, expandiu-se rapidamente da figura política para a própria integridade jornalística do programa e de seus novos donos. Trump relembrou desavenças passadas com a apresentadora Lesley Stahl. “Isso ficou comprovado ontem à noite quando a decadente e anti-Trump ‘correspondente’ do 60 Minutes, Lesley Stahl, que ainda me deve um pedido de desculpas por ter me atacado no programa (com muita convicção!), dizendo que o LAPTOP DO INFERNO de Hunter Biden foi produzido pela Rússia, e não pelo próprio Hunter (COMPLETAMENTE PROVADO QUE ERRADO!), entrevistou uma traidora muito mal preparada, que, em sua confusão, fez várias declarações realmente estúpidas”, disparou.
O ponto crucial que conecta esse ataque à disputa pela Warner Bros. é a insatisfação direta de Trump com a gestão da Paramount. Ele deixou claro que seu problema vai além da entrevista. “Meu verdadeiro problema com o programa, no entanto, não era a traidora de baixo QI, mas sim o fato de a nova proprietária do 60 Minutes, a Paramount, permitir que um programa como esse fosse ao ar. ELES NÃO SÃO MELHORES DO QUE OS ANTIGOS PROPRIETÁRIOS, que me pagaram milhões de dólares por REPORTAGENS FALSAS sobre o seu presidente favorito, EU!”, afirmou.
Para finalizar, Trump exigiu uma retratação pública, aumentando a pressão sobre a imagem da empresa em um momento delicado de fusões e aquisições. “Desde que eles compraram o programa, o 60 Minutes ficou ainda PIOR! Bem, coisas muito piores podem acontecer. PS: Exijo um PEDIDO DE DESCULPAS completo e total, embora tarde demais para ser significativo, de Lesley Stahl e do 60 Minutes para suas declarações incorretas e difamatórias sobre o laptop de Hunter!!! Presidente DJT”.
