A indústria do entretenimento presencia neste momento um dos maiores duelos de sua história, polarizando a disputa entre a Netflix e a Paramount pela aquisição da Warner Bros. Discovery. A gigante do streaming, que hoje ostenta um valor de mercado impressionante de quatrocentos bilhões de dólares, consolidou-se como uma das maiores empresas de tecnologia do planeta e anunciou uma oferta de oitenta e dois bilhões e setecentos milhões de dólares para concretizar a compra da Warner em 2026.
No entanto, as ambições da Netflix quase tomaram um rumo ainda mais surpreendente. Antes de focar seus esforços na Warner, a corporação considerou seriamente a aquisição de outros conglomerados midiáticos, incluindo a Electronic Arts (EA), a Fox e até mesmo a lendária Disney. Segundo informações apuradas pela Bloomberg, o CEO da Netflix chegou a conversar com o presidente Donald Trump sobre a estratégia de compra da Warner Bros., indicando o nível político da negociação.

O que impediu a Netflix de avançar sobre a Disney ou a EA não foi falta de capital, mas sim divergências internas. O corpo executivo da empresa jamais alcançou um consenso sobre a viabilidade e a cultura dessas fusões, o que acabou inviabilizando as negociações preliminares. O valor elevado das ações da Netflix, superior ao dessas empresas tradicionais, também gerou receio de que os investidores pudessem reagir negativamente a uma diluição ou mudança drástica de foco.
Para despistar o mercado, a liderança da empresa adotou um discurso cauteloso publicamente. O co-CEO da Netflix, Greg Peters, afirmou antes da proposta pela Warner que era necessário manter um “nível razoável de ceticismo em relação a grandes fusões no setor de mídia”, citando um histórico de fracassos no setor. Essa declaração levou analistas e concorrentes a acreditarem, erroneamente, que a plataforma não estava interessada em grandes movimentos de consolidação.



