Continuando a semana especial sobre a mulher, eu não podia deixar de falar dessas duas personagens que me marcaram muito, cada uma da sua forma, mas que tinham algo em comum: amadureceram muito jovem. Elas enfrentaram muitas coisas que poucas pessoas poderiam suportar, mas sobreviveram a todos os obstáculos. Elas são exemplos de que somos mais fortes do que imaginamos.
Hazel Grace (A culpa é das estrelas)
Hazel Grace é uma jovem prestes a completar dezessete anos de idade e desde os treze anos descobre um câncer na tiroide, que evoluiu para uma metástase no pulmão e faz com que ela tenha que andar com um cilindro de oxigênio e uma cânula no nariz para conseguir respirar. Ela é forçada pelos pais a frequentar um grupo de apoio para pessoas com câncer, pois eles achavam que ela estava deprimida, já que lia o mesmo livro “Uma Aflição Imperial” todas as vezes e por isso, eles achavam que ela precisava urgentemente de ajuda. Hazel não é apenas uma adolescente comum, tirando o fato de ter sido diagnosticada com câncer, é uma garota especial, com uma visão espetacular da vida. Ela é tão forte e se esforça para superar tudo pelo amor aos pais.
Diferente de outras personagens com doenças tratadas em livros, Hazel é sarcástica e trata a doença como um empecilho em seu caminho, mas não pense que ela não reclama e que é a doente perfeita, pois não é. Hazel não é perfeita e sua principal reclamação é que as pessoas não a tratam como uma pessoa normal, mas como “a garota do câncer”. E ela é forte e muito realista: sabe que está doente e que mais cedo ou mais tarde vai morrer, mas o que mais surpreende, é que ela não deixa o câncer a impedir de viver o que ainda resta. O tempo dela é mais curto do que a maioria dos adolescentes da sua idade e, por isso, ela mostra que ao invés de se lamentar, tem que erguer a cabeça e aproveitar cada minuto como se fosse o último.
Liesel Meminger (A menina que roubava livros)
Liesel Meminger é uma alemã na época do nazismo, mas diferente do que estamos acostumados, ela não é judia ou comunista, não é uma vítima comum do Holocausto, mostrando assim uma visão totalmente diferente sobre um tema que já foi tão explorado de diversas formas. No início do livro, Liesel tem 9 anos e tem seu primeiro encontro com a Morte, que por algum motivo fica impressionada com a garota e a deixa viver.
Liesel é forte na medida em que uma criança pode ser em um mundo marcado pela violência, o preconceito e a guerra. De fato, é uma sobrevivente! Ela consegue ver o lado bom das pessoas e enxerga além das aparências. Entretanto, é uma personagem que tem instinto e mostra as garras antes de deixar qualquer pessoa se aproximar. Defino isso nela como: instinto de sobrevivência após ser tantas vezes abandonada, conviver com a miséria e o lado feio das pessoas.