O roteiro improvisado da Wonder Woman de Joss Whedon vazou no mês passado, aparecendo em sites como Comicbook.com e Screenrant. Devido ao amor de Whedon pela Mulher-Maravilha, muitos fãs a consideraram uma atormentadora história de Hollywood “e se…”. Mas um grupo de pessoas esta agora dizendo “Ufa…”
O script ressurgiu no Twitter na noite passada, desta vez sendo fortemente criticado por fãs. É fácil ver por que. Acusado de ser um roteiro sexista, é difícil acreditar que Whedon escreveu e apresentou isso em uma base profissional. “Sexualizando constantemente e degradando seu personagem principal”.
reading the wh*don wonder woman script was never any fun but after seeing/crying at actual WW it becomes a viscerally insulting experience
— Rave Sashayed (@_sashayed) 15 de junho de 2017
A introdução de Diana é o primeiro sinal de alerta, descrevendo seu corpo “curvilíneo” em vez de seus pensamentos ou personalidade. Começa um tema contínuo de descrições lúdicas das aparências femininas. (Especialmente seus pés. Diana está descalça na cena e nós recebemos várias atualizações de pés mais tarde.), o homem gosta de uns pés.
Ao invés de se concentrar na força e compaixão de Diana, ela é retratada como uma guerreira arrogante e sem ideias, perpetuamente desrespeitada por todos os homens do filme. Uma cena ocorre em uma casa noturna onde Diana confronta o vilão Bacchus – ela faz uma dança sexy para que ele pudesse percebe-la. A coisa toda ocorre de uma perspectiva masculina, concluindo com homens que lutam por ela na pista de dança.
O roteiro exibe uma atitude tóxica para Diana, com personagens chamando ela de “cadela” ou “prostituta” e comentando das suas fantasias por ela. Em vez de ser um paraíso feminista, Themyscira está atormentada por lutas internas e falta de empatia para os estrangeiros, e Diana luta mesmo com sua própria mãe. Depois, há Steve Trevor, que ofusca o papel de Diana a partir da primeira página.
Steve Trevor gasta todo o filme elogiando Diana, argumentando e criticando sua marca de heroísmo. É um contraste surpreendente com a descrição de Allan Heinberg, Patty Jenkins, Geoff Jhons e Zack Snyder no filme real, onde Steve apoia Diana, e os dois personagens apreciam a companhia do outro.
A visão de Whedon está completamente distorcida por sua própria perspectiva: masculino, excitado e envergonhado. Os homens são universalmente representados como porcos sexistas, mas isso não é realmente benéfico para o papel de Diana como uma heróina feminista. Seu interior é quase não explorado, tornando difícil avaliar o que ela pensa ou sente em um determinado momento. Em comparação, o filme de Jenkins centra-se na viagem emocional de Diana, representando-a como uma força otimista em meio aos horrores da Primeira Guerra Mundial. Ela enfrenta algum sexismo, mas também faz amizade com homens que compartilham seus objetivos e respeitam seu poder.
No final, Steve é recompensado com um beijo apaixonado, imediatamente seguido por uma piada sobre ele imaginando que ela beija as outras Amazonas. É quase como se Heinberg e Jenkins tomassem esse roteiro como um manual “do que não fazer”, e fizeram um filme com a atitude exatamente oposta à sexualidade, e focado na personalidade e heroísmo de Diana.
Mulher-Maravilha esta em exibição nos cinemas.