A escritora inglesa Paula Hawkins, autora dos best-sellers de suspense “A Garota do Trem” e “Em Águas Sombrias”, também foi uma das atrações do Encontro com Autores, no auditório Madureira, no último sábado (02) durante a Bienal do Livro.
A conversa teve com mediadora a jornalista Frini Georgekapoulos que incluiu temas como processo criativo, a adaptação de seu livro para o cinema e feminismo, temperados com boas doses do humor britânico da escritora. Em uma de suas respostas, Hawkins disse que gosta de criar personagens que ela possa ver ao redor o tempo todo e que tenham uma vida normal. E claro, que as pessoas possam se identificar.
Paula Hawkins foi jornalista durante 15 anos e contou um pouco sobre como a profissão a ajudou a ser uma escritora: “Alguns hábitos de ser jornalista me levaram a ser escritora, talvez a forma de observar as pessoas. Geralmente perguntamos e escutamos o que elas têm a dizer, mas aí você, como jornalista, fica pensando no que a pessoa pode estar escondendo de você. E isso me ajuda a construir os personagens. ” A autora também revelou que ama escrever ficção, pois é uma forma de imaginar coisas com pessoas ao seu redor.
Quem leu A Garota do Trem sabe que boa parte do cenário é o próprio trem, e tem uma boa explicação para isso. Paula revelou que a ideia veio a partir da sua longa jornada de anos viajando por Londres de trem sozinha, e olhando pela janela ela se sentia próxima das casas e começava a imaginar quem morava ali e o que faziam: “A Garota do Trem veio de algo que eu costumava a fazer. ” Sobre a personagem Rachel ter algo dela, ela afirma: “Existe um pouco de mim em Rachel, alguém que eu costumava a ser, talvez um pouco de alguém que eu gostaria de ser, mas eu acho que todos os meus personagens têm um pouco de mim. ”
Ainda sobre o livro, ela contou que esteve presente durante as gravações da versão cinematográfica e o quanto é legal ver seus personagens ganhando forma e vida: “Eu não estava envolvida no filme, mas fui ao set ver os atores. É interessante, mas também é um pouco estranho ver um original não sendo tão original, porque mudanças tem que ser feitas. ” E afirma, “Mas eu realmente gostei do filme. ”
Se tem algum projeto à vista, ela manda o recado, “Estou começando a criar algo, mas é topsecret e eu não posso dizer nada. É muito cedo para começar a falar, mas será um thriller psicológico. ” Já queremos ler!
Para quem ainda não leu nenhum livro da Paula Hawkins e irá a Bienal do Livro, no Riocentro, então corra para o estande da Galera Record e garanta logo o seu.