Com a direção de Adam Robitel (roteirista do não muito bem recebido Atividade Paranormal 5: Dimensão Fantasma – 2015) a trama de Sobrenatural 4 se passa antes dos eventos do primeiro filme, trazendo novamente a médium Elise (Lin Shaye) como protagonista junto a sua dupla de caça-fantasmas.
Elise retorna ao seu antigo lar, em que viveu durante toda sua infância. No regresso ao seu passado ela descobre fatos reveladores e precisa combater um mal que agora assombra seus novos moradores.
Assim como o filme anterior Sobrenatural 4: A Última Chave busca no passado de Elise explicações para os reais motivos de sua grande dedicação à paranormalidade e como isso se tornou algo forte durante toda a sua vida. É convincente e, no primeiro ato temos uma cena chocante (realmente deprimente) de sua infância, que nos desperta o interesse de se envolver mais com a estória do que apenas nos preparar para os possíveis sustos durante a sessão.
Falando em susto, há vários deles nesse filme, mas o clima de tensão é muito bem trabalhado, com ambiente sombrio, sons abafados e distantes, além da famosa câmera estilo “found footage” que está presente para encarar o “bicho papão” quando o personagem virar de costas. Existem alguns furos de roteiro que ocorrem de maneira abusiva para que determinada situação possa ocorrer, além da quebra de clima com alívios cômicos desnecessários pela dupla de caça-fantasmas em momentos importantes de suspense e terror.
O desfecho é previsível e acontece de maneira rápida demais e sem grande clímax, o que pode deixar um pouco a desejar, afinal cria-se um grande mistério sobre a figura demoníaca do filme no qual o seu confronto ocorre de maneira simplória.
Para os grandes fãs da franquia, com certeza a sensação de nostalgia estará presente devido a direção e a trilha sonora se aproximarem bem com a do primeiro filme, além da notável conexão com os longas anteriores.
Nos últimos anos percebemos que boa parte das franquias de terror acabam-se desgastando com os lançamentos de suas sequências e Sobrenatural é um exemplo disso. Porém, o longa deixa um pouco de lado os clichês de filmes clássicos de terror, seguindo a sua fórmula que decorre ao longo de toda a franquia, esse capítulo da saga trouxe algo novo com o sentimento de nostalgia do primeiro filme dirigido por James Wan (Invocação do Mal), que chegou a ser consagrado pela maioria dos fãs como o melhor filme até o momento dessa franquia.