Collen Hoover, autora de grandes sucessos como; O Lado feio do Amor, Confesse, Métrica, Novembro 9 e muitos outrosacaba de lançar seu novo livro, É assim que acaba, no Brasil e vem repercutindo muito nas redes sociais com um tema tão impactante e muito real na vida de muitas mulheres por muitas décadas. Antes de falar sobre o livro, deixo aqui meu recado.
Violência contra a mulher é crime e precisa ser denunciado. Mais de 360 mulheres são espancadas por dia no país. Esse número precisa ser apagado, não devemos nos calar ou abafar, seja qual a razão que os impede de denunciar; seu marido ou amigo que bate na mulher, irmão… Não importa quem seja. Não existe aquele ditado – briga de marido e mulher ninguém mete a colher. Nesse caso, é sua obrigação salvar a vida de alguém, ou você acha que não pode chegar a óbito? Seja mais informado, ligue 180.
“Sinto que todo mundo finge ser quem é, que, no fundo, somos todos igualmente ferrados. Alguns apenas escondem isso melhor que os outros.”
Não é para menos, É Assim que Acaba te desmonta desde o início, e muitas vezes te leva a recordar de algo, mesmo que você não tenha passado pela mesma situação diretamente, mas sabe que conhece ou conheceu alguém que passa ou já passou por isso.
Violência contra a mulher. O que falar sobre isso? Hoje nós vemos esse tema sendo abordado na novela das 9 da globo (O outro lado do paraíso), que é retratado de uma maneira muito real, mas existe várias formas de retratar sobre violência contra a mulher. Nenhuma história é igual a outra e nunca devemos deixar de ler ou falar sobre esse assunto, que é de suma importância. Muitas vezes, o homem mais fofo e respeitador, carinhoso e atencioso que você conhece, pode esconder uma personalidade dentro de si que quase ninguém sabe. Nós nunca sabemos quem é capaz de fazer algo assim tão monstruoso, até que conhecemos a pessoa realmente e acabamos convivendo no dia a dia. E vemos isso em É assim que acaba.
O homem perfeito pode não ser realmente tudo aquilo que aparenta. Induzido pela bebida (não que eu queira culpar a bebida e não a pessoa, mas geralmente, muitas delas, acabam reprimindo o que realmente são e somente a bebida desencadeia o monstro que há dentro delas) ou por outros fatores que não dá para identificar o que leva uma pessoa a agredir uma mulher, que é claramente mais fraca fisicamente e pouco pode se defender.
“Todos nós somos humanos e, às vezes, fazemos coisas ruins. Acho que isso é verdade, de certa maneira. Ninguém é exclusivamente ruim ou exclusivamente bom. Algumas pessoas só precisam se esforçar mais para suprimir o lado ruim.”
Lily é uma jovem com um passado perturbador. Ela vivenciou, em sua casa, a violência. Seu pai batia em sua mãe, e muitas vezes parava quando a filha surgia. Conforme crescia, ela chamava sua mãe de burra por não tomar uma atitude e, com tanta raiva pela vida não tomar um rumo, ela vai para Boston, onde tudo é melhor, de acordo com seu primeiro namorado e único amor.
Seu pai era um homem ruim ou, pelo menos, foi essa a visão que ela passou a ter conforme crescia e pelo que ele acabou fazendo também com seu primeiro namorado, o Atlas. O seu grande amor. Mas ele havia sumido pelo mundo ao se alistar e ela seguiu a vida, até ir para Boston. Lá ela conhece Ryle, um cara que ela se apaixona, mas que não quer ter um relacionamento sério com ninguém, pois a vida dele é ser um neurocirurgião reconhecido e se relacionar o atrapalharia a conquistar todos os seus objetivos. Ele é ambicioso e ela também. Parece uma história linda de amor, Ryle parece o homem perfeito, mas ele não é. Ninguém é, na verdade. Mas ele esconde algo de si que poucas pessoas tiveram a oportunidade de conhecer, afinal, Ryle não deixa ninguém, além de sua família, se aproximar o suficiente para conhece-lo. Entretanto, ele acaba se apaixonando e querendo muito mais com Lily. E uma aproximação entre eles é inevitável.
Mas Boston não era apenas a cidade dos sonhos para Lily. Atlas também amava aquela cidade. Um reencontro inesperado, quando Ryle e Lily já estavam apaixonados acontece e muitas lembranças vieram a tona. Lily ainda sente algo, mas o seu amor por Ryle é mais forte, só que não é isso que o seu namorado, depois marido, acredita e o que podia ser apenas um ciúmes normal, desencadeou em algo mais. Algo perturbador e muito triste. O cara perfeito não era mais tão perfeito. Ele escondia uma personalidade que Lily não aceitava, entretanto, ela não conseguia se afastar e enquanto as coisas iam acontecendo, ela não conseguia parar de se comparar com a mãe.
Eu queria poder falar muito sobre o assunto, mas ele me traz um misto de sentimento enlouquecedor. Recordações de um passado que me esforço para esquecer. Infelizmente, minha história foi muito parecida com a da Lily, que observava a vida de seus pais do lado de fora, mas participava, de certa forma, sem conseguir fazer nada.
“Imagine todas as pessoas que você conhece ao longo da vida. São muitas. Elas surgem como ondas, entrando e saindo aos poucos, dependendo da maré. Algumas ondas são muito maiores e causam mais impacto que outras. Às vezes, as ondas trazem coisas lá no fundo do mar e as largam no litoral. Marcas nos grãos de areia que provam que as ondas estiveram lá, muito depois de a maré recuar.”
Enquanto lia este livro, eu e a personagem repetíamos a mesma pergunta: por que minha mãe não se separou? Por que não deu um fim nessa tortura? Por que ela é tão fraca? Acontece que não temos resposta para nada disso até ficar numa situação parecida com a dela. Infelizmente, o que acontece com a mãe de Lily, acontece com ela. É como se a história delas fosse o reflexo uma da outra. Lily acabou se tornando como a mãe, encontrando desculpas e mais desculpas para continuar e perdoar seu marido violento.
E, ao ler esse livro, me indaguei no final: será que serei o mesmo reflexo da minha mãe e encontrarei alguém igual ao meu pai? Eu espero sinceramente que não. E sei que, por mais que tentamos evitar que algo assim aconteça, não temos certeza se aquela pessoa não fará isso com a gente também.
É assim que acaba é retratado sem romantismo, com uma realidade cruel, mas necessária. O final foi como eu havia esperado e que jamais vou esquecer, pretendo levar isso comigo a vida toda e passar a lição a diante. A decisão da Lily foi maravilhosa, algo que desejo que muitas pessoas que passam pela mesma situação que ela passou, sigam o exemplo.
“Não paramos de amar uma pessoa só porque ela nos magoou. Não são suas ações que magoam mais. É o amor. Se não houvesse amor ligado à ação, a dor seria um pouco mais fácil de suportar.”
Recomendo este livro para todo mundo. Ele acabou com meu coração desde o início. E provavelmente vai destruir o seu também. Esse é o dom de Collen Hoover, ela transmite tanto sentimento em seus livros, que é praticamente impossível não sentir todo tipo de sentimento ao mesmo tempo.
Sinopse
Lily nem sempre teve uma vida fácil, mas isso nunca a impediu de trabalhar arduamente para conquistar a vida tão sonhada. Ela percorreu um longo caminho desde a infância, em uma cidadezinha no Maine: se formou em marketing, mudou para Boston e abriu a própria loja. Então, quando se sente atraída por um lindo neurocirurgião chamado Ryle Kincaid, tudo parece perfeito demais para ser verdade.
Ryle é confiante, teimoso, talvez até um pouco arrogante. Ele também é sensível, brilhante e se sente atraído por Lily. Porém, sua grande aversão a relacionamentos é perturbadora. Além de estar sobrecarregada com as questões sobre seu novo relacionamento, Lily não consegue tirar Atlas Corrigan da cabeça — seu primeiro amor e a ligação com o passado que ela deixou para trás. Ele era seu protetor, alguém com quem tinha grande afinidade. Quando Atlas reaparece de repente, tudo que Lily construiu com Ryle fica em risco.
Com um livro ousado e extremamente pessoal, Colleen Hoover conta uma história arrasadora, mas também inovadora, que não tem medo de discutir temas como abuso e violência doméstica. Uma narrativa inesquecível sobre um amor que custa caro demais.
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