A estreia de La Casa de Papel na Netflix em dezembro de 2017 só tinha uma certeza: que após grande sucesso na Espanha, a febre seria global. Originalmente exibida em 15 episódios de 70 minutos, a Netflix dividiu a temporada em duas partes com 13 episódios e uma segunda leva, que estreou nesta sexta-feira (06/04), com 9 capítulos.
Pra quem lembra da trama, temos oito ladrões com nomes de cidades coordenados pelo Professor (Álvaro Morte) a realizar o “maior roubo da história” numa narrativa viciante.
Com seu estilo Novelão das 21h e um ritmo de videoclipe, La Casa de Papel assume uma postura de impacto desde o primeiro episódio. Mas, não espere tanto isso nessa segunda parte. Nesse momento da série, vemos mais as relações entre os personagens, especialmente no casal protagonista formado pela inspetora Raquel Murillo (Itziar Ituño) e o Professor (Álvaro Morte). Sai o frenesi alucinante das reviravoltas da primeira parte mas entra o caminho mais claro para o fim do assalto. Ainda temos ganchos de um episódio a outro mas agora eles estão mais conectados e o término se torna mais crível. Mas ainda temos algo a ressaltar: o fim por mais óbvio que se desenhe, parece cansado.
Temos Tóquio (Úrsula Corberó), Rio (Miguel Herrán), Moscou (Paco Tous), Denver (Jaime Lorente Lopez), Helsinque (Darko Peric), Oslo (Roberto García), Nairóbi (Alba Flores) e Berlim (Pedro Alonso) numa jornada total de esgotamento físico e psicológico. O resultado dessa exaustão acarreta menos problemas para o grupo do que o envolvimento entre o Professor e Raquel.
A relação dos dois por um momento ganha ares de embate, em outros, de cumplicidade e é através deles que a série se encaminha pra um final satisfatório para os telespectadores… ou não. Sim, pois o ritmo nos episódios finais ganha sensações de final de novela mexicana. E isso depende do gosto de cada um.
Particularmente pra mim, nunca foi anunciado algo diferente, e o encerramento, recheado de clichês, traz um sentimento de alívio para seu fiel público. Claro que a história poderia ter dedicado mais tempo em mostrar o futuro de seus personagens, mesmo que alguns deles sejam óbvios, mas no entanto, tem um término satisfatório como um todo.
Por fim, La Casa de Papel – Parte 2 merece todos os elogios por seu elevado sucesso. Tem uma fotografia sublime, um enredo alucinante e elenco divertido alinhado a uma trilha sonora que com certeza deixará Bella Ciao, canção revolucionária da resistência italiana contra o fascismo na Segunda Guerra Mundial, sendo cantarolada por um bom tempo. E com razão.