Semana passada chegou aos cinemas o filme Com Amor, Simon. Para quem não sabe, o que é meio difícil, o filme é baseado no livro, de mesmo nome, da autora americana Becky Albertalli.
Na história Simon Spier tem dezesseis anos e é gay, mas não conversa sobre isso com ninguém. Ele não vê problemas em sua orientação sexual, mas rejeita a ideia de ter que ficar dando explicação para as pessoas. Afinal, por que só os gays têm que se apresentar ao mundo? O jovem acaba se relacionando por e-mail com um garoto, nosso famoso Blue, enquanto tenta lidar com suas dúvidas e inseguranças, uma chantagem inesperada.
Mas, e quem é essa Becky Albertalli? Becky é formada em psicologia especializada em adolescentes. Foi através deles que surgiram as primeiras ideias de algumas de suas histórias, pois eles eram inteligentes, estranho e irresistíveis. Além deles, a autora foi durante sete anos orientadora de um grupo de apoio em Washington para crianças com não conformidade de gênero. Ou seja, crianças que desconstroem a ideia de que o homem é o forte e a mulher é a fraca, que mulher também pode usar roupa de homem e vise e versa.
Becky segue firme no caminho da representatividade e foi assim que conquistou os leitores. Com amor, Simon, foi publicado em dezenas de idiomas e como não é de esperar, existe sempre aqueles pedidos de “vamos ter continuação?”, “vamos ter um livro com o ponto de vista do Blue?” e a resposta é sempre não, pois a autora não acha mais valido uma vez que já sabemos o que acontece, não teria nenhum suspense. Em uma entrevista a editora intrínseca ela conta: “não tenho interesse em continuar a história de Simon, pois o que me motiva a escrever é a ideia de formar casais.”
Outro livro da autora publicado aqui no Brasil é Os 27 Crushes de Molly, também publicado pela Intrínseca. Sobre Molly, ela conta que foi bem mais complicado do que Simon. Ela precisou reescrevê-lo sete vezes, pois ao contrário de Simon, Molly apresentou questões que a própria Becky ainda não tinha superado por completo, e de certa forma a incomodou.
Para Becky a importância da representatividade nos livros, seja ela sobre homossexuais ou de padrões de beleza, o que ela deseja transmitir é uma realidade não distorcida. “Eu quero ter certeza de que meus livros são lugares seguros e inclusivos para os meus leitores, muitos dos quais pertencem a grupos marginalizados pela sociedade”.