Produzido pela 20th Century Fox, dirigido por Shane Black e escrito por Black e Fred Dekker, “O Predador” é um mix de ficção científica, ação e suspense. O filme é um reboot da franquia com uma pegada de continuação, pois a obra cinematográfica não só traz referências, como faz menções aos clássicos “Predador” (1987) e “Predador 2 – A Caçada Continua” (1990), detalhe importante e que enriquece a narrativa da trama.
O longa-metragem inicia com um cenário bem familiar: após a queda da nave do caçador alienígena, Quinn McKenna (Boyd Holbrook), um atirador de elite do exército, faz o primeiro contato com o predador durante uma missão. Obcecado pela criatura e inquieto com a situação, McKenna se une à Nebraska (Trevante Rhodes), Coyle (Keegan-Michael Key), Baxley (Thomas Jane), Lynch (Alfie Allen) e Nettles (Augusto Aguilera), um grupo de soldados com problemas pós-traumáticos que devido às circunstâncias de perigo, decidem formar uma equipe para lutar contra o alienígena.
No decorrer da trama, o bando ganha mais uma integrante, a dra. Casey Brackett (Olivia Munn), uma bióloga especialista em evolução que foi convidada a averiguar o regresso do predador à Terra em parceria com Traeger (Sterling K. Brown), um agente do governo cujo objetivo no filme não fica muito claro. Ou seja, em certos momentos da narrativa, a relação entre os núcleos parece ter sido mal construída.
Violento, brutal e sanguinário, “O Predador” mantém como base esse tripé de elementos do filme original, mas não investe muito no suspense e falha completamente ao inserir piadas sarcásticas de forma contínua e insistente em boa parte das cenas. Entretanto, vale citar que a utilização do humor no filme até começa bem, porém, se perde na dose no decorrer de seus desdobramentos, fato que não compromete a história como um todo, mas que pode gerar um certo incômodo pela recorrência com que acontece.
Apesar do deslize na aplicação do humor, que deixou a trama ligeiramente confusa em alguns momentos, a obra é assertiva quando analisada por outros aspectos: efeitos especiais satisfatórios, fotografia equilibrada (oscilando entre claro/escuro, mas propícia para cada cena apresentada) e cenas de ação com muitos combates intensos, acompanhadas da trilha sonora clássica da franquia. Esses fatores funcionam bem e estabelecem um ritmo acelerado ao filme, deixando-o mais dinâmico e atrativo, por outro lado, essa velocidade desenfreada da narrativa também pode dificultar um maior envolvimento afetivo do público com os personagens.
Contudo, de uma forma geral, “O Predador” cumpre o seu papel como um bom filme de ação, ainda que em inúmeras cenas beirem a comédia e se distanciem da versão original, a eterna batalha contra os caçadores alienígenas ainda impressiona. Entretanto, vá ao cinema preparado e com a “mente aberta” para ver muito sangue, adrenalina, violência gráfica e ao mesmo tempo, muito humor.