Épico nunca foi uma palavra para definir algo monumental, mas sim um gênero de narrativa poética em que se falava sobre os feitos dos heróis e os acontecimentos da pátria. Entretanto se algum dia a palavra “épico” ganhou essa conotação foi justamente para definir o terceiro episódio da oitava temporada de Game of Thrones.
A série que teve seu primeiro episódio exibido em 2011 cumpriu uma das promessas há muito realizada: o fim da Noite Eterna. Embora muitos personagens mereçam destaques neste pequeno pedaço da história, Arya Stark, sem dúvida, assume o pedestal por ter liquidado com maestria o Rei da Noite. Agora o inverno nunca mais chegará em Winterfell.
A morte do Rei da Noite sustenta a questão que permeia todos os episódios da série. Eliminando este personagem, ainda podemos especular sobre quem se sentará na “cadeira de espadas”, afinal a guerra agora será entre Daenerys Targaryen, aliada a Sansa Stark, contra Cersei Lannister. Mesmo que um dos lados vença o outro, é frágil dizer que uma dessas três mulheres fortes governará Westeros.
Todos os fãs de Game of Thrones conhecem a característica marcante de George R. R. Martin (autor de As Crônicas de Gelo e Fogo, saga literária em que a série se baseia) de surpreender o espectador. Ele pode ter facilmente matado as três e colocado o Jon Snow para reinar. Ou até mesmo destruído o Trono de Ferro e estabelecido um Conselho Regente encabeçado por Tyrion Lannister, Lorde Varys, Missandei, Verme Cinzento e, talvez, Bran Stark.
Como o futuro só a Bran pertence, o resto do reino só saberá o que vai acontecer quando acontecer. Contudo é possível conjecturar que Sansa Stark, que não vai mais fazer par romântico com Theon Greyjoy, reinará Winterfell e isso pode ocorrer ao lado de Tyrion, se ele desistir dos Sete Reinos. Que final interessante seria para Sansa se casar com convicção com o próprio marido que lhe dava asco outrora, hein? Até porque rolou um climinha na cripta ali. Beija! Beija! Beija!
O mais previsível – e talvez por isso o menos provável – de governar Westeros é o casal Daenerys e Jon Snow, pois como o Lobo Branco acabou de se descobrir um Targaryen, eles podem facilmente se casar – como seus antepassados faziam – e pôr um fim ao conflito entre os dois. Mais previsível que isso impossível. O acontecimento até pode fazer alguns fãs felizes, mas desperdiçaria o potencial de uma série que carrega merecidamente o título de “épica”.
Tudo indica que a divisão de Westeros seja realmente o final dessa história. Sansa Stark governando o Norte como um reino independente e o Conselho Regente presidindo os Seis Reinos remanescentes do Sul.
Martin já adiantou aos fãs que o final vai ser agridoce, portanto esperem algo diferente com uma pitada de previsibilidade. Mas calma, falta pouco. Em poucas semanas conheceremos o épico fim (tomara) de Game of Thrones e veremos quem se sentará no Trono de Ferro… se ainda houver trono.