O fim da Noite chegou. O episódio anterior terminou de manhã para enfatizar o encerramento do império do Rei da Noite. O inverno não mais chegará. Agora é a hora de recolher os mortos, se despedir e deixá-los ir.
E assim começa o quarto episódio, com várias piras incinerando os mortos, deixando bem claro que todos estavam preocupados com o retorno deles, mesmo diante da derrota do Rei da Noite. Após uma guerra contra a Morte, que eles venceram quase que por milagre, ninguém queria arriscar.
Esta cena, porém, não é apenas uma consequência da guerra, mas o palco em que as emoções desfilam. Pode-se observar como alguns personagens perderam pessoas queridas e como outros foram redimidos. Em destaque está Theon Greyjoy. Ele recebe o sinete dos Stark pelas mãos de Sansa, encontrando na morte sua verdadeira família. Game of Thrones se preocupou em mostrar que família não é aquela que a gente nasce, mas a que a gente escolhe amar. Muito bonito.
Após as despedidas, todos se reúnem no salão principal de Winterfell para comemorar a vitória. Eles estão se divertindo quando Daenerys Targaryen nota Gendry e o questiona sobre ele ser o único filho vivo de Robert Baratheon. Ela então o consagra como legítimo herdeiro de Ponta Tempestade e Gendry passa a ser Lorde, não mais um plebeu. Pode parecer algo pequeno diante dos grandes acontecimentos da série, contudo isso representa parte da superação de Daenerys. Ela está confiando um reino a mesma família que usurpou seu trono.
A festança continua e Tormund começa a desfilar elogios para Jon Snow que os recebe com modéstia. Quando todos começam a aclamá-lo, Daenerys, que está observando tudo, fica ressentida e percebe que sua reivindicação ao trono está ameaçada, o que é notado por Lorde Varys.
Gendry, emocionado por ter virado Lorde de Ponta Tempestade, pede Arya em casamento porque está apaixonado por ela e porque legalmente agora podem se casar, mas a jovem Stark se mantém fiel ao seu caráter e diz que ele vai encontrar uma Lady que deseja ser Lady. Ela o recusa por ser fiel a si mesma.
Sor Brienne, Podrick, Jamie e Tyrion Lannister estão jogando o jogo de adivinhações sobre o passado quando o anão afirma que Brienne é virgem. Ela fica balançada e os deixa sozinhos. Jamie, após encurralar Tormund, vai atrás dela e protagoniza cenas de amor com a cavaleira. Quando termina, ele está acordado admirando o nada, provavelmente compreendendo que o ato pôs fim ao romance com sua irmã Cersei.
Pela insistência de Jon Snow em se curvar a Daenerys, suas irmãs ficam possessas e cobram que ele seja fiel aos Stark, a família dele. Ouvindo isso, Jon Snow lhes revela que é Aegon Targaryen e isso abala Sansa, que começa a tramar um esquema para fazer o irmão substituir Daenerys no Trono de Ferro. No desenrolar das cenas, Sansa conta a novidade a Tyrion que compartilha a informação com Varys. Pronto, o motim começa a se criar.
Sandor Clegane e Arya Stark partem pro Sul antes do exército levado por Jon Snow. Na conversa entre eles fica subentendido que Clegane quer matar o irmão para não deixá-lo daquele jeito como um zumbi (mas também porque quer se vingar) e Arya quer matar Cersei, acabando com a última dos Lannister que destruiu sua família.
Daenerys chega primeiro no Sul e quando está sobrevoando as redondezas de Dragonstone é surpreendida pelos arpões da esquadra dos Greyjoy. Eles são disparados contra Rhaegal, que morre de uma maneira rápida e repentina, pegando todos os espectadores de surpresa. Agora só resta um dragão.
Em seguida, a mesma esquadra, percebendo que todos estão concentrados na morte de Rhaegal, começa a disparar contra os navios e destrói o que os conselheiros de Daenerys estavam, capturando Missandei no processo.
Estes acontecimentos inflamam o ódio de Daenerys e ela só pensa em cair com tudo o que tem sobre King’s Landing, mas seus conselheiros dizem para ela não fazer isso porque matará inocentes. Varys apela para o bom senso dela, mas ela se mantém firme na decisão. Tyrion, sabiamente, encontra um meio termo. Incita Dany a exigir a rendição total de Cersei e a libertação imediata de Missandei. Claro que Daenerys não acredita que a outra iria se render, mas aceita a proposta do anão para mostrar ao povo quem eles devem culpar “quando o céu cair sobre eles”.
No entanto, Varys está preocupado com o futuro do reino. Está decepcionado com o fato de ter salvo Daenerys e ela estar seguindo os mesmos passos de seu pai, o Rei Louco. Tendo isso em vista, ele revela a Tyrion que pretende traí-la (o que completaria a profecia das traições de Daenerys). Assim, Tyrion fica em um impasse: revela a Dany que Varys pretende traí-la e ver o amigo morrer, ou se junta a Varys e coloca Jon Snow no trono? Tyrion sabe que ele tem o temperamento certo para governar, por mais que não queria.
Nos portões de King’s Landing, Tyrion, após conferenciar com Qyburn, apela para lado materno de Cersei exigindo que ela se renda em detrimento da vida que está gerando. Ele sabia que ela amava os filhos incondicionalmente e se jogasse nessa linha poderia dobrá-la. É inteligente. Mas Cersei responde com a decapitação de Missandei.
Esta cena revela possíveis situações:
1 – Cersei pode não estar grávida e por isso não se preocupa com as palavras de Tyrion.
2 – Cersei pode estar grávida, mas por saber da profecia que ela jamais gerará um filho novamente, não opta pela rendição.
3 – Cersei, porém, enganou Euron momentos antes desta conferência de que estava esperando um filho dele. A confirmação de Qyburn parece nos dizer que eles tramaram isso juntos para manter a frota dos Greyjoy aliada ao trono. Isso pode ser questionado no episódio seguinte, uma vez que Tyrion demonstra saber que ela é gestante. Se Cersei está grávida de Euron, como Tyrion poderia saber se ele não estava em King’s Landing quando os dois se relacionaram? É algo que Euron provavelmente vai perceber.
A despeito disso, Daenerys já estava acumulando ódio contra Cersei e a morte de Missandei serve como uma faísca para explodir sua ira. Isso fica evidente quando Cersei orienta que ela diga suas últimas palavras e, não por acaso, Missandei diz: Dracarys. Ou seja, “queime todos eles!”, incitando Dany a ter a mesma conduta que seu pai outrora.
Acontece que este ódio que Daenerys está sentindo, provavelmente foi planejado por Cersei, na intenção de fazer a fúria confundir seu discernimento e, consequentemente, perder o Jogo dos Tronos.