David Boring, HQ do autor Daniel Clowes, conta a história de David, um segurança noturno de 19 anos que tem uma fascinação por bundas e mulheres fora do padrão.
Trazida ao Brasil esse ano pela editora Nemo, a HQ conta com uma história de três atos, tendo uma mudança temporal curta e com contextos diferentes que se ligam.
Com semblante magro e expressão depressiva, somos introduzidos a vida do personagem. Pouco tempo depois de sair de casa de sua mãe super protetora e um tanto quando perturbada, David mora na cidade grande com sua melhor amiga Dot.
O que pode parecer até um tanto contraditório, David é incrivelmente bom com as mulheres e tem a vida sexual bem ativa, mas algo não sai da sua cabeça a muito tempo: A necessidade de encontrar a mulher perfeita.
Entre explicações minuciosas dos traços que a mulher perfeita tem que ter (uma alusão à sua prima distante) e a morte de um grande amigo não tão querido, David se vê encontrando a mulher perfeita no ônibus enquanto vai ao velório. Apaixonado então, entra-se a obsessão.
O personagem se vê preso, unicamente e exclusivamente, a Wanda. E mesmo com toda a felicidade que a mulher ideal pode proporcionar, seu mundo vai de cabeça para baixo. Não se engane, David Boring não tem nada de Boring na sua história.
Um enredo beirando ao nonsense conta com desaparecimento, assassinatos, preconceito, homossexualidade, obsessão e o mais profundo dos sentimentos humanos.
A arte é bem marcada. Há partes da história em quadrinhos do seu desaparecido (The Yellow Streak) pai em colorido, contrastando e complementando com a história de David, contada em preto e branco.
David Boring é uma história rápida e diferente do habitual mundo dos quadrinhos de heróis que costuma-se a ver. Isso passa longe (e bem longe) de uma história romântica, então fique avisado.
A titulo de curiosidade, a editora Nemo tem outros trabalhos do autor Daniel Clowes publicados aqui no Brasil intitulados como: Paciência e Como uma luva de veludo moldada em ferro.