Coringa é um filme dirigido, produzido e escrito por Todd Phillips, com co-produção do Bradley Cooper e Emma Tillinger Koskoff. O longa por si só dispensa apresentações, porque além de se tratar de um dos vilões mais famosos do cinema e quadrinhos, é um dos, se não o filme mais esperado do ano.
Apesar das opiniões negativas durante os primeiros meses de sua divulgação, o filme alavancou nas opiniões do público, principalmente depois da divulgação do trailer e por ter recebido vários prêmios em festivais exteriores.
Uma novidade do filme, que causou receio em vários fãs, foi o motivo para o personagem se tornar o famoso vilão. Em vez de se jogar em um tanque com produtos químicos, como em Piada Mortal, o fator que leva a sua insanidade é a própria sociedade. E isso é construído de uma forma quase perfeita, a audiência sente e compreende cada ato do personagem, a cada cena você se vê mais apegado, torcendo para que tudo dê certo, mesmo todos já sabendo o destino de Arthur (Joaquin Phoenix).
A atuação de Phoenix como coringa é um show a parte. A forma como o ator se entrega e entra no personagem é brilhante. Obviamente não devemos comparar sua atuação com a de Heath Ledger, pois, apesar de ser o mesmo personagem, suas características são completamente diferentes. Mas me atrevo a dizer que se trata de uma atuação tão brilhante quanto, ambos se tornam o coringa de corpo e alma.
A direção de Todd Phillips é algo que me preocupava desde o inicio, pois eu pensava “como alguém que dirigiu todos os Se Beber não Case pode conseguir criar o universo sombrio do Coringa?”. Bem, eu não pude estar mais enganada. Ele não simplesmente criou o universo do Coringa, mas nos fez sentir na pele tudo que o personagem sentia, seus medos, sua raiva, tudo. O roteiro é realmente algo incrível, como ele constrói todos os cenários e ambientes, toda a jornada de Arthur é extremamente bem feita.
A melhor característica do filme é a linha tênue entre a realidade e a loucura. Do início ao fim nós acompanhamos a vida de Arthur Fleck, mas não como audiência, e sim como se todos nós fossemos ele, como se estivéssemos dentro de sua cabeça. Em vários momentos sua verdade é posta em dúvida, nós vemos algo e logo em seguida algum personagem vem e a questiona, nos deixando em uma eterna dúvida quanto a realidade dos fatos.
Por fim, minha única crítica ao filme é a velocidade com que os fatos acontecem, porém sei que é algo necessário para o filme, pois ele retrata uma longa construção de personagem. Apesar disso, a obra como um todo é magnífica e com certeza será um filme que ficará marcado na mente de todos.