Hoje, o Cabana do Leitor decidiu mostrar um pouco deste mangá vencedor do Prêmio Eisner de 2018. Uma história cativante e simples, que você provavelmente não ouviu falar. Pode ficar tranquilo, essa matéria é sem spoilers.
O Marido do meu Irmão (Otouto no Otto, em japonês) é um mangá de dois volumes lançado no Brasil pela Panini, que conta uma história triste e bonita da superação de preconceitos.
O enredo conta a história do Yaichi, um pai solteiro que vive com sua filha Kana, quando recebe a visita do marido do seu irmão, Mike. Há dez anos, o irmão do Yaichi decidiu se mudar para o Canadá e, uma vez no país, se apaixonou e casou com um canadense. Até que um dia o mesmo vem a falecer.
Querendo cumprir a última promessa que fez ao seu falecido marido, Mike decide visitar Yaichi no Japão e conhecer a família, o que ele não esperava é que realmente Yaichi fosse gêmeo do falecido marido. A história parte deste ponto. Somos apresentados ao desenrolar da vivência não querida pelo Yaichi.
Yaichi aceita Mike em sua casa, sem julgamentos falados, porém, como um típico japonês, ele tem seus preconceitos enraizados que, por muitas vezes, não sabe o por que se sente de tal forma.
A graça do mangá é a pequena Kana, que por ser uma criança, não entende as tradições e preconceitos japoneses. Para ela, tudo é novo e interessante. Não há um grande choque cultural que a deixe desconfortável, ela aprecia tudo o que é contado e, por diversas vezes, pergunta o por quê certas coisas não acontecem no Japão.
Os diálogos entre pai e filha são um grande contraste, o que nos faz repensar o modo que alguns de nós pensam automaticamente.
Durante a história, Yaichi pensa em falas e questionamentos que ele decide não falar e isso enriquece mais a trama. Observar o que se passa na cabeça de alguém que tem vergonha de dizer ou até pensamentos preconceituosos que não são “por mal” e o ensinamento que é aprendido, faz tudo ter um sentido maior.
Essa jornada conta sobre o que é ser uma família, auto descobrimento e quebra de padrões tradicionais. É um mangá muito bonito e educativo, com um grande desenvolvimento dos personagens.
Vale ou não a pena?
Vale muito a pena ler essa história. O impacto que ela tem sobre perdas, preconceitos e família é muito grande. Não se engane, essa obra não é para o público LGBT, é para todos, mas principalmente para o público heterossexual.
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