Leopardo Negro, Lobo Vermelho foi escrito por Marlon James, autor do best-seller do The New York Times, Breve história de sete assassinatos ― livro vencedor do Man Booker Prize em 2015. O livro foi publicado pela Intrínseca em janeiro, com tradução de André Czarnobai. A obra ganhará uma adaptação produzida pela Warner Bros. e Outilier Society, comandada pelo ator Michael B. Jordan, astro de Creed e Pantera Negra.
Esta épica história se inicia com um caçador excepcional, que conheceremos como Rastreador. O homem sai em busca de um garoto desaparecido, que já não está mais no mundo dos vivos, mas ainda assim pode ser o herdeiro legítimo do trono de um império. Nesta jornada, o Rastreador enfrenta todo tipo de criatura mística (demônios, feiticeiros, bruxos, necromantes…), assim como se junta a um grupo de personagens excêntricos. Entre as personalidades, aparece o Metamorfo – metade homem, metade Leopardo – que nos guiará nesta aventura.
A fantasia que constrói a estrutura da obra é maravilhosa, vindo muito do que Marlon James pesquisou das culturas africanas para criar o universo, inspirando-se em suas lendas e mitologias. O livro é lindo e grandioso em sua construção, muito bem trabalhado, mas carece um pouco de uma boa fluidez, uma escrita com mais identidade e riqueza. Enquanto a força criativa é rica, as palavras soam repetitivas.
É uma experiência divertida pela adrenalina das ações, a cultura por aqui não é apenas bela em sua mitologia, mas bruta – a qualidade forte de um épico.
“Então eu fodi com a velha decrépita. Ela deixou suas costas na margem, seus pés dentro do rio. Ela era só pele e ossos, mas me deixou duro e cheio de vigor.”
Uma sinceridade que vai do sexo à violência, a obra declara o perigo de sua jornada bem no início com personagens distante de um heroísmo juvenil. Isso faz criar a visão bruta e selvagem daquele universo perigoso e alucinante, nos ansiando para o que está por vir.