Doze naves extraterrestres pousam sobre a superfície de diversos países. Não há contato nem ataque, e os humanos não conseguem entender o motivo da invasão. A Terra entra em colapso, os países se dividem e a população se revolta. Governos tentam pesquisar uma forma de comunicação para responder a questão que realmente importa: “por que eles estão aqui?”. Louise Banks (Amy Adams) é uma especialista em linguística e foi convocada junto com o físico teórico, Ian Donnelly (Jeremy Renner), para tentar estabelecer um primeiro contato com esses seres e compreender melhor o que desejam.
O filme dirigido por Denis Villeneuve é mais um longa incrível de ficção científica dos quais estão trazendo uma “nova” atmosfera para o gênero. Apesar de não possuir uma premissa muito original, o filme consegue surpreender em sua intenção e salva o tema da invasão alienígena do clichê que estamos acostumados a assistir nos cinemas, um filme indispensável para quem é apaixonado por sci-fi.
O longa mistura um pouco de Asimov e Clarke, tendo diversos fatores que referenciam o clássico 2001 – Uma Odisséia no Espaço (Stanley Kubrick), desde o próprio formato e material da nave até os takes com o mesmo ponto de fuga centralizado, característico de Kubrick, que no filme foi usado de uma forma para causar tensão, claustrofobia e medo no público. Todo o trabalho de enquadramento, de fotografia e principalmente da trilha sonora foram essenciais para o desenvolvimento do longa e guiaram os sentimentos das cenas, que vão de momentos tensos e misteriosos à momentos delicados sobre a vida pessoal de Louise.
Por mais que o filme seja uma ficção-científica e que se volte para assuntos como extraterrestres, radiação e viagens no tempo, o drama que move o longa do começo ao fim é o pensamento de entender e se comunicar antes de atacar, seja em relação aos invasores ou aos países vizinhos, e é nesse pensamento que o filme se sustenta e se destaca dos demais. Tudo o que acontece na história gira em torno da comunicação e o fato de não ter tantas teorias e fórmulas para explicar, é algo que torna o filme único e não o exclui do gênero.
Não creio que seja ideal levantar comparações com Interestelar ou Guerra dos Mundos, já que a mensagem de A Chegada é completamente diferente. A Chegada questiona o significado da humanidade, nos faz pensar até onde os seres humanos se ajudariam pelo bem de todos. Nos faz questionar se estamos prontos para viver o futuro em conjunto ou se isso vai nos destruir.
O filme pode até ser difícil de ser compreendido por todos, mas tem tudo o que precisa para se tornar um blockbuster, se firmar na ficção-científica e, quem sabe, virar um clássico futuramente.
Pela direção que parece saber o propósito para cada detalhe, genialidade de um roteiro claro, porém não-linear, e uma fotografia que não traz só beleza mas que acrescenta significado ao filme, A Chegada merece nota máxima.
A Chegada estreia amanhã no Brasil.
Revisado por: Bruna Vieira.