A série Adolescência tem gerado grande discussão nos últimos dias. A produção da Netflix aborda a radicalização de adolescentes em grupos online, como no Brasil, na plataforma Discord, que chegou a condenar pessoas por crimes cometidos nessas comunidades. O criador da série, Jack Thorne, não tem se mantido inerte diante desse cenário.
Jack Thorne, co-criador e roteirista da minissérie policial da Netflix, assinou uma petição que já soma mais de 100 mil assinaturas. A iniciativa, chamada “Pacto para os Pais”, pertence ao grupo Smartphone Free Childhood e solicita que os pais adiem a entrega de smartphones a adolescentes até que eles completem 16 anos, considerada a “idade crítica” pelo grupo.

“Acredito que o SFC é um grupo extraordinário e o pacto é uma ideia notável,” declarou Thorne em entrevista ao The Guardian. “É algo que considero essencial para o futuro do meu filho quando ele atingir essa idade crítica. Estou profundamente preocupado com o que pode vir e acho que dar poder aos pais é um ingrediente fundamental nessa luta.”
Thorne, que tem um filho de 8 anos, junta-se a personalidades como Benedict Cumberbatch, Paloma Faith e Emma Barnett, além de mais de 11.500 escolas no Reino Unido, na adesão ao pacto lançado em setembro.
Co-criada com o ator Stephen Graham, a série de quatro episódios foi gravada em plano-sequência para evidenciar casos generalizados de jovens envolvidos em crimes com faca. Liderando o ranking da Netflix em sua semana de estreia, Adolescência não retrata um caso específico, mas traz Owen Cooper no papel de Jamie Miller, um garoto de 13 anos preso pelo assassinato de uma colega em sua escola.
“A questão central era entender por que a violência de homens ou meninos jovens contra mulheres ou meninas jovens está crescendo. Qual a origem disso?” refletiu o criador da série.