O episódio começa com uma história, até então, completamente paralela. Em certos momentos cheguei a me perguntar se assistia à série certa. Acompanhamos, aqui, a vida de Marilyn, uma empreendedora do mundo dos cosméticos que vive viajando. Agora, de volta à sua casa, Marilyn procura por seu marido Lee que, aparentemente, desapareceu. Seguimos por bons minutos de suspense e mistério até que descobrimos que Lee está morto. E é nesse momento que vem a conexão com a história da série: Lee foi uma das cinco vítimas de Andrew Cunanan.
A história, então, volta uma semana no tempo, para nos mostrar tudo o que aconteceu até o momento do assassinato. Nos é apresentado o personagem Lee, um grande engenheiro, importantíssimo em Chicago, casado com Marilyn. Porém, Lee guarda um segredo da esposa: é homossexual. Marilyn vive viajando para divulgar sua marca de cosméticos e, naquela semana, não seria diferente. Marilyn viaja e Lee recebe uma ligação de Andrew, que já havia feito programa para Lee, avisando que estaria na cidade.
Em poucos minutos dentro da casa de Lee, já percebemos que Andrew não foi ali para fazer outro programa. Fica claro para o espectador que o assassinato estava premeditado. Num jogo de sedução, Andrew leva sua vítima para a garagem e a mata a sangue frio, deixando Lee de calcinha e com objetos e revistas pornográficas gays ao redor do corpo para expor aquilo que ele tanto tentava esconder. Depois do assassinato, Andrew rouba o carro de Lee e vai em direção a Nova York.
Acompanhamos, então, a polícia na sua busca por identificar e capturar o assassino. O que Andrew não esperava era que o telefone que tinha no carro de Lee serviria como rastreador, por emitir sinais. Andrew, já em Nova York, vê a imagem de Versace numa revista. Podemos perceber um certo padrão nas vítimas do serial killer: sempre figuras importantes, bem-sucedidas, pessoas que ele poderia ter sido.
Já de volta à estrada, Andrew descobre, ao ouvir no rádio, que o telefone no carro serve como rastreador e trata logo de trocar de carro, fazendo mais uma vítima. Mas como diz o título do episódio, uma vítima qualquer.
O episódio termina com um depoimento de Marilyn em um dos programas de televisão que sempre participa, dizendo que a morte de Lee foi um triste ato de violência, acarretado por um assalto para roubar seu carro. Nada foi mencionado sobre sua homossexualidade.
Achei o episódio fraco. Versace, uma figura importante na trama, só aparece numa foto em uma revista que Andrew folheia. Entendo a importância de aprofundar na personalidade doentia do serial killer, mas não achei que o episódio trouxe algo de novo para o personagem. Tudo o que ele fez, já era de se esperar dado o que nos foi apresentado nos episódios anteriores. E o ponto mais crítico, pra mim, é que foi um episódio sem ápice, completamente morno. As investigações da polícia foram fracas, o fato do telefone no carro emitir sinais do paradeiro de Andrew em nada adiantou para a trama, a personagem de Marilyn pouco importa pro desenvolvimento da história e Andrew, a grande estrela do episódio, fez o que já vinha fazendo. Espero que nos próximos possamos ver um pouco mais de Versace e da obsessão de Andrew por ele.
A 2ª temporada de American Crime Story vai ao ar todas as quartas-feiras, no FX.
Resenha por: Cecília Mouta