O segundo filme da nova franquia, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald do mundo mágico de J.K. Rowling não podia estrear em um momento melhor. Do começo ao fim, a trama aborda questões discutidas durante os últimos meses: como o discurso fascista pode ser sedutor.
Em uma das cenas mais importantes do filme, o poderoso bruxo das trevas Gellert Grindelwald (Johnny Depp), frente a sua legião de seguidores, faz um discurso muito próximo ao que vimos em figuras como Donald Trump e Jair Bolsonaro. Grindelwald, conhecido por ter preconceito contra trouxas e bruxos mestiços, tenta amenizar o tom de sua fala, mas acaba reforçando ainda mais diálogos atuais como “não sou homofóbico, tenho até amigos que são gays”.
Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é ambientado em três cidades, o filme começa em Nova York com cenas de Grindelwald na prisão. Em seguida, somos levados para Londres com Newt Scamander (Eddie Redmayne) no Ministério da Magia para tentar conseguir de volta o direito de sair do país – perdido depois na sua passagem pelos EUA no primeiro filme. É em Paris que boa parte do filme acontece, e é lá que Newt reencontra as irmãs Tina (Katherine Waterston) e Queenie Goldstein (Alison Sudol).
Quem prestou atenção nos trailers e cartazes de divulgação, sacou alguns spoilers, como a primeira aparição de Nicolau Flamel, nome conhecido desde ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’. A criadora do universo mágico J.K. Rowling assina o roteiro da nova produção, assim como aconteceu em Animais Fantásticos e Onde Habitam. A diferença agora é o amadurecimento da escritora na roteirização cinematográfica. Uma dica para os fãs: ela também está mais criativa do que nunca.
O humor volta à cena, principalmente com o não-maj (ou trouxa) Jacob Kowalski (Dan Fogler), que continua com a boa atuação da primeira trama. A direção do longa é de David Yates, diretor dos últimos quatro filmes da franquia original Harry Potter e de Animais Fantásticos e Onde Habitam. Uma boa surpresa, foi ver a professora Minerva McGonagall jovem – e com um pouco mais de humor do que vemos na era Potter.
As histórias de amor também ganham um enfoque maior, o que amarra muitas pontas soltas deixadas no primeiro filme. Em contrapartida, novos mistérios surgem dando espaço para novos filmes da franquia, que tem mais 3 filmes previstos. Havia uma imensa expectativa em cima da suposta antiga história de amor entre Albus Dumbledore (Jude Law) e o vilão Grindelwald. Apesar de não entrar muito no tema, J.K. dá um gostinho dessa história.
Outro ponto forte do filme é o desenrolar de história de Credence Barebone (Ezra Miller), que é a ligação de toda a trama. Durante o longa, ao lado de Credence, veremos a ‘mulher-cobra’ Maledictus (Claudia Kim), que no futuro será um personagem conhecido e aliado de Voldemort: Nagini.
Apesar da polêmica em torno de sua participação no filme, Deep não deixa a desejar dando vida ao bruxo das trevas mais poderoso antes de Voldemort, Grindelwald.
Conhecemos Leta Lestrange (Zoë Kravitz), em uma excelente interpretação da atriz de Big Litlle Lies, e os mistérios por trás de uma das famílias puro-sangue mais terríveis do mundo mágicos, os Lestrange. Outro personagem que fará parte da vida dos fãs é o irmão de Newt, Theuses Scamander (Callum Turner). Também conhecemos novos animais fantásticos que ganham o coração de Newt logo de cara.