E mais uma vez a crítica arrebentou um filme. Assassin’s Creed não é ruim como a famosa “critica especializada” está dizendo. É um bom longa que, claro que tem seus defeitos, mas nada para gerar um 17% no Roten Tomatoes.
Mas antes de tudo, do que se trata o filme de Assassin’s Creed (que é bem parecido com a trama do primeiro jogo)? Cal Lynch (Michael Fassbender) revive as aventuras do guerreiro Aguilar, seu ancestral espanhol do século XV. Dotado de novos conhecimentos e incríveis habilidades, ele volta aos dias de hoje pronto para enfrentar a poderosa organização dos Templários.
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Uma coisa que já posso adiantar é que Michael Fassbender (X-Men: Apocalipse) domina a tela (isso meio que já era de se esperar). Não só Fassbender está ótimo como todo o elenco principal também está. Marion Cotillard (Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge) trás uma personagem calma e cínica, fazendo um ótimo contraponto com o protagonista feito por Fassbender. Jeremy Irons (Batman vs Superman: A Origem da Justiça) faz o vilão da história, e mesmo aparecendo bem pouco, ele consegue dar um peso para seu personagem. Você consegue sentir a ganância de seu antagonista só pelo jeito de sua postura.
A direção de Justin Kurzel (Macbeth) é, para mim, o que tem de melhor no filme. Ele consegue dar uma cara artística, usando muito planos longos e abertos (e as panorâmicas são belíssimas). Antes de assistir ao filme, estava muito preocupado com trilha, por causa do marketing que botava músicas pop em todos os trailers. Porém, a trilha de seu irmão, Jed Kurzel é muito boa. Ele conseguiu criar vários temas ótimos e desenvolver uma imersão incrível (ajudando a dar muito ritmo às cenas de ação). A fotografia é outro destaque: o contraste entre o presente e o passado é perceptível. Quando Cal entra no Animus, a fotografia fica incrivelmente amarelada e alaranjada, dando um ar quente e velho enquanto que o presente fica mais esbranquiçado e azulado, deixando com uma cara de ficção científica e modernidade. E as sequencias de ação dentro do Animus são realmente sensacionais, desde o parkour até as coreografias das cenas de luta.
Mesmo tendo todos esses pontos positivos, Assassin’s Creed tem alguns problemas que podem atrapalhar muitas pessoas: o seu roteiro. O primeiro ponto é que o filme se passa quase que 80% fora do Animus (para mim, que curtia bastante as histórias fora do Animus no jogo, não me atrapalhou). Segundo: os personagens não são desenvolvidos e nós ficamos sem saber nada sobre o passado do restante do elenco (o único que chega a ter um pouco disso é seu protagonista). E o terceiro e último aspecto é que a história dentro do Animus (que, para grande maioria das pessoas, é o que importa) não existe. A única coisa que temos de trama é a premissa inicial e a Maçã do Éden. De resto, literalmente não desenvolvem nenhum personagem do passado.
Assassin’s Creed é um bom filme. Mesmo que você não tenha jogado ou lido nada a respeito da produção ou da franquia, isso não irá atrapalhar, por que o filme consegue te introduzir muito bem no universo da saga. Vá assistir (ainda mais se você for fã), tire suas próprias conclusões e não dependa exclusivamente da famosa critica especializada.