Lucy Vargas, autora das séries “Ward” e “Os Preston” conversou com a nossa equipe e revelou que mais duas séries estão a caminho, uma pela editora Charme e outra pela Bertrand. Além disso, Lucy também confessou mais detalhes do seu processo de criação, de sua paixão por romances policiais, suas referências na literatura de época e sua preferência entre Marvel e DC. E aí, ficou curioso? Confira o nosso bate-papo com a autora.
1) Lucy, quando você criou o Sean e a história por trás de todo o mistério dele, você se inspirou em alguma história real ou em relatos? Como foi escrever as imagens torturantes da história dele?
Eu criei o Sean já faz um tempo, mas quando comecei a criar a história dele, não me inspirei em alguém, eu me inspirei em histórias de sequestros, de adolescentes e de crianças que estavam ocorrendo, que estavam levando as crianças para fazerem rituais, esse tipo de coisa. Com o Sean, eles o levam para um ritual de purificação. Então me inspirei nessas histórias, tudo isso eu juntei e criei a história dele, que foi sequestrado bem novo, ficou um tempo lá e era um grupo que já sequestravam muitas crianças, então tudo isso foi realmente baseado em histórias que eu li sobre sequestros nos Estados Unidos e na Europa. Eu vou confessar pra vocês, é mais fácil descrever as imagens torturantes do que as cenas de muito romance muito doces, pra mim é mais fácil.
2) Você publicou no seu grupo do Facebook que nesse ano de 2018, você vai publicar dois livros, um pela editora Charme e outra pela Bertrand, você poderia contar um pouco sobre eles?
Só um pouquinho. O romance da editora Charme se chama “Encontre-me ao Entardecer” e ele é o primeiro livro de uma trilogia chamada “Rosas entre Margaridas”, ele também tem haver com o universo de “Os Preston”, que é minha outra série lá na editora. O pessoal vai ver que ele acontece antes do livro da Lydia, que é um dos motivos de ele estar saindo agora. O livro conta a história de um soldado que lutou nas guerras napoleônicas e eu estava querendo há muito tempo contar essa história. Já o livro da Editora Bertrand, é um romance de época totalmente diferente de todos que eu já publiquei, que nem “O Acordo” também foi, porque ele é um romance em primeira pessoa, quem conta a história é o Barão. Ele vai contar a história da perdição da vida dele, já que o nome é “A perdição do Barão”, que é a Hanna. Começa em 1828, contando essa história de amor, cheia de dramas, reviravoltas e problemas que ele tem para resolver com ela, aí vocês vão saber quando lerem.
3) Continuando a falar sobre os seus romances de época, qual autora que mais te inspira pra escrever sobre eles?
Eu admiro tantas autoras, não tem uma assim que me inspira. Tem muitas que criaram a minha personalidade de leitora de romance de época hoje, já que eu comecei a ler essas histórias quando era bem nova. Aí tem, por exemplo, a Deborah Simmons, Patrícia Grasso, Mary Ballogh, que agora está saindo aqui pela Arqueiro, a Julie Garwood, Judith Mcnaught, que todo mundo ama, Lisa Kleypas, também que está saindo daqui uma série nova dela, Loretta Chase, que eu sou apaixonada. Mary Ballogh, pra mim, é uma das melhores que existem, e Hannah Howell, que é minha queridinha, muito fofa.
4) Vimos que no seu Instagram você ama literatura policial. Você é muito fã de Harlan Coben e de Dan Brown. Vimos também que você escreveu “Indestrutível”, que não sei se podemos dizer que é somente um romance policial, pois tem uma pegada também erótica, mas como você se sente em escrever algo que é totalmente diferente de um romance de época?
Eu sou muito apaixonada por romance policial, confesso que é o que eu mais tenho lido ultimamente. O Harlan Coben é um dos autores que eu mais amo, e adoro o Dan (Brown), mas no “Indestrutível”, como você citou, foi um romance especial, na verdade, foi meu primeiro romance assumidamente erótico, tem um lado policial porque o cara é um agente do FBI que está caçando a ladra, que é a melhor ladra de várias décadas de diamante, a mocinha, e eu gosto muito disso. Se você reparar nos meus romances, sempre vai ver que tem um mistério, algo a descobrir, tipo em “Um acordo de cavalheiros”, que vigia toda em volta de uma vingança pra descobrir um mega segredo. É o que eu gosto, eu quero muito escrever um romance policial, quem sabe um dia, mas ainda não tive tempo.
5) Lucy, qual a sua opinião em relação à literatura nacional e o preconceito que os autores sofrem em relação a isso?
Falando muito sério, eu acho ainda vergonhoso ter essa divisão, eu nem gosto muito disso, literatura nacional e literatura internacional, é tudo livro. Você escolhe um livro que goste da sinopse, que pareça promissor, aí você lê, é o que eu faço. Eu não fico vendo se é de autor nacional, se não é, eu não faço assim. Mas, por outro lado, apesar disso, eu acho que a gente está vivendo um momento muito legal, porque tem muitos autores que estavam sem saber como publicar, como alcançar o público deles, e agora tem a Amazon, tem outras plataformas de leitura de graça, como Wattpad, que muitos autores gostam de publicar lá. Eu acho que esse é um momento revolucionário, porque o autor não está mais refém de ficar esperando que alguma editora queira publicar o livro dele, e apesar desses autores estarem se mostrando para os leitores, muitas editoras estão caindo na real e vendo que é legal pegar autores daqui, promissores, talentosos, que é o que a gente mais tem aí no mundo literário.
6) Lucy, você se inspira em pessoas que conhece ou em histórias que as pessoas te contam para criar seus personagens e as obras? Como é o seu processo de criação?
Eu me inspiro em um bando de coisa, em livros que eu leio, filmes que eu assisto, to andando na rua, to escutando uma música, vem uma inspiração, e eu gosto muito de ficar escutando as pessoas falarem da vida delas, me interesso muito pelas pessoas, porque pra criar personagens reais, você tem que se interessar por pessoas reais. Às vezes é muito engraçado que eu chego em um lugar, tem uma pessoa perto de mim, eu fico olhando e a mesma deve pensar assim “quem é essa maluca que está olhando pra mim” (risos), mas na verdade eu estou só observando a pessoa, porque eu achei interessante, eu me inspiro em tudo isso. Meu processo de criação depende do livro, mas em geral, eu crio um projeto, nomeio todos os personagens, faço uma linha cronológica, tento manter tudo isso pra eu ter um controle sobre a obra. Claro que no meio pode mudar completamente, mas eu tento sempre criar a base do meu livro para eu poder seguir em cima disso.
7) Muitos autores, ao comentarem sobre os seus livros, falam que muita das vezes os personagens falam por si só, e acabam dando um rumo a sua própria história. Aconteceu de alguns dos seus personagens agirem dessa forma com você?
Acontece bastante. Falei que faço o projeto do livro, mas eu faço, coloco lá bonitinho, faço a lista, aí estou lá escrevendo e meu personagem, no meio da cena, resolve que não vai ser assim, que não quer mais daquele jeito. Estou escrevendo agora o livro “Ward” 5 e eu estava planejando ir de um jeito até o meio do livro, mas o meu personagem, o Jared Ward, virou pra mim e falou “não querida, não quero assim não, a gente vai fazer de outro jeito”. Várias vezes isso já aconteceu e eu tento contornar e manter o livro na linha, mas tem obra que já saiu totalmente dos planos.
8) Perguntando sobre os seus personagens, que eles tomam vida, você decidiu matar algum e no meio do caminho pensou “não, não vou matar mais”?
Eu já quis matar muita gente, se me deixar solta eu mato todo mundo (risos). Mas enfim, eu basicamente matei o Sean Ward, não posso dar um spoiler de como aconteceu, mas eu ia matá-lo, porém eu pensei “eu vou ser morta na rua se eu fizer um negócio desse”, então eu não fiz. Eu meio que mato ele, quando ler você entende. Tem um livro, o segundo da série de “Os Preston”, que a minha editora falou “você não vai fazer isso não, não vou deixar você fazer”, porque eu ia matar um personagem muito querido, e ela pediu pra contornar, fazer de outro jeito e dei um jeito, pois ela não ia deixar eu fazer aquilo mesmo. Mas às vezes eu quero matar gente e tenho que me conter.
9) Não sei se você já entrou no site “Cabana do Leitor”, mas esperamos que sim, você viu que falamos muito sobre super-heróis, é um site nerd. Você já pensou em escrever sobre alguém com super poderes? Se sim, já tem algo planejado em mente? Pode nos contar?
Eu adoro super-heróis, porque sou nerd total, isso está até escrito no meu Instagram, sou muito fissurada, mas eu nunca escrevi nada de super-herói, propriamente dito. Quando eu era mais nova, que eu publicava história no meu próprio site, eu tinha uma história de um vampiro, que era um anjo negro também. Ele tinha poderes extras, não era só aquele poder de vampiro, ele era super forte, tinha poderes extraordinários. Esse é o que eu cheguei mais perto de super-heróis. Mas tem uma coisa engraçada, que na “Um acordo de cavalheiros”, o meu novo personagem é um agente da Coroa, e eu vi muita gente falando “O Tristan parece um super-herói”, porque ele saía de cada situação, mas ele não parecia um super-herói, era só um cara esperto, pois ele sangrava, não tinha poder nenhum, mas era engraçado ver as leitoras falando isso.
10) Sabemos que você adora um game, e que é fã de consoles, qual o jogo que mais te marcou na sua infância e que você gosta de jogar até hoje?
Essa é bem óbvia, é “The Sims”. Joguei “The Sims” 1, 2, 3 e agora estou no 4, sou muito viciada.
11) Você adora super-heróis, qual você prefere, Marvel ou DC? Porquê?
Vou ter que confessar que eu sou uma “DC Girl”. Mas isso tem motivo, porque eu comecei a ler quadrinhos bem novinha, super homem, super tudo, e eu sou viciada em Liga da Justiça, que eu via quando era mais nova. Aí isso meio que cresceu a DC em mim. Só que eu também comecei a ler quadrinhos da Marvel e aí então, eu fiquei gostando das duas. Eu inclusive acho uma besteira esse negócio de ser Teen Boy de um lado e ficar falando mal do outro. Acho que a melhor parte é ter as duas agora lançando filmes, a gente finalmente ver a Liga da Justiça, tem Os Vingadores. O melhor é juntar tudo isso num universo pra gente poder assistir e não ficar nessa palhaçada de ficar falando mal de um ou de outro, eu gosto das duas.