O Brasil é um país de tamanho continental, e isso faz com que existam muitas diferenças culturais entre as regiões, assim como diferentes níveis econômicos. Por isso, se olharmos para o mercado interno do eSports, o Sul e o Sudeste surgem como os principais polos de jogadores e organizações profissionais.
Os números do levantamento feito pela Betway mostram isso de forma evidente, com São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais sendo as localidades com o maior número de atletas brasileiros de jogos eletrônicos no cenário de eSports .
Um dos principais motivos dessa soberania do Sul e do Sudeste está no quesito econômico, pois o investimento nessas duas regiões é amplamente superior se compararmos com as outras. Em novembro deste ano, por exemplo, o Governo de São Paulo anunciou o direcionamento de R$ 20 milhões para o eSports no estado. A ideia é ajudar as organizações, assim como os jogadores profissionais. A capital paulista é a casa das principais equipes do país, como a LOUD e a FURIA.
Essa superioridade nas regiões é confirmada no relatório feito pela Betway, site de esports bets. Após reunir dados de 140 jogadores profissionais, a reportagem divulgou alguns números que mostram como a presença deles é maior nos estados do Sul e do Sudeste. São Paulo é o principal berço, com cerca de 38% de todos que participaram da entrevista. Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul também aparecem com uma boa porcentagem.
No caso de alguns jogos mais consolidados no cenário profissional, como o Counter-Strike:Global Offensive, a vantagem paulista é ainda maior. Os números mostram que 75% dos atletas profissionais do jogo desenvolvido pela Valvesão do Sudeste. O Sul aparece logo na sequência, mas com apenas 15%, enquanto o Centro-Oeste e o Nordeste não passam dos 5%. Ou seja, a diferença entre as regiões é evidente se olharmos para os dados.
Free Fire mais democrático
Apesar do Sul e do Sudeste dominarem o universo gamer, o Free Fire desafia isso e consegue se expandir para regiões mais afastadas deste eixo tradicional. O Norte e Nordeste, por exemplo, foram responsáveis por 42% dos jogadores profissionais entrevistados na pesquisa divulgada pelo blog Betway Insider. Um destaque especial é o Amazonas, que possui 18% desses atletas.
O principal motivo dessa diferença para outros jogos é a característica mais democrática do Free Fire no mundo dos games. Ele é gratuito e pode ser rodado na maioria dos smartphones, e isso está ao alcance de muitos brasileiros. Atualmente, os aparelhos de celulares inteligentes estão em alta por aqui, e não faltam potenciais jogadores prontos para serem descobertos em torneios e partidas amadoras.
Enquanto isso, nos jogos mais tradicionais, como o League of Legends, um computador é uma ferramenta necessária para tentar uma carreira profissional. Isso acaba por cortar muitas pessoas desse caminho, e cria uma desigualdade nos números do relatório sobre as regiões. No próprio CS:GO, por exemplo, o Norte não teve nenhum representante entre os entrevistados.
Os eSports como investimento
Todos esses números e características mostram que o eSports não é apenas entretenimento digital, mas um mercado com potencial como vários outros. Atualmente, a maior prova disso é que existem opções de investimento no mercado financeiro voltadas para as empresas de jogos eletrônicos. A XP Investimentos criou um fundo que é totalmente focado nesse mercado, e costuma atrair pessoas que conhecem o potencial do setor.
Além disso, por conta das redes sociais, os jogadores profissionais se transformaram em influenciadores digitais de sucesso. Eles são seguidos por milhões de fãs, o que acaba chamando a atenção de patrocinadores e investidores. Um atleta de CS:GO no Brasil, por exemplo, consegue ter bons ganhos financeiros ao realizar acordos individuais com empresas para as transmissões ao vivo que realiza.
O Sul e o Sudeste conseguiram se destacar neste cenário pelos fortes investimentos que possuem, e isso é algo característico do Brasil. As diferenças entre as regiões são grandes, e a pesquisa da Betway coloca isso em evidência. Entretanto, isso não significa que a perspectiva para o futuro é negativa.