Entrevistamos os criadores do site MimooD que falam sobre acessibilidade para os games de uma forma geral e querem integrar as pessoas com algum tipo de deficiência no mundo dos games em geral.
Gostaria que vocês explicassem um pouco sobre o projeto que vocês, como surgiu a MimooD e como foi levar esse projeto pra frente? Acreditamos ser um projeto muito bacana.
A MimooD surgiu a partir de vermos a necessidade das feiras referente a acessibilidade. Conseguimos enxergar nas feiras a questão da falta de acessibilidade e também a questão de ter que explicar a acessibilidade para as pessoas que estão na feira, então quando começamos com a ideia do “ MimooD” a nossa intenção era transpassar a acessibilidade, o grau da acessibilidade e a acessibilidade para as pessoas que precisavam dela, esse foi o início da MimooD na questão funcional. Já que minha esposa tem necessidades especiais, nós vimos a importância de ter essa informação.
Em relação ao trabalho que fazemos hoje, além de visitarmos os locais para ver a acessibilidade, nós produzimos materiais acessíveis também, como: games, culinária e etc, mas a intenção é produzir outros conteúdos para que a pessoa possa pensar “Ah eu gosto de “CS” ela vai lá, ela tem uma deficiência auditiva, ela consegue ver a audiodescrição das novidades de “CS” sobre isso, ou se ela é surda, ela consegue ver nossos vídeos que são todos transcritos em libras, então hoje nosso foco é produzir material acessível pra que todo mundo tenha acesso a tudo que todo mundo tem hoje, e aquilo que a internet proporciona pra gente.
Além de produzir o material acessível, queremos transformar a vida da pessoa que tem necessidade especial numa questão dela numa questão dela ser auto suficiente, fazer tudo sozinha e não depender de ninguém, por exemplo, hoje uma pessoa com deficiência visual, ela quer comprar um material específico, um pente de memória, um mouse e lá não tem esse conteúdo e os termos técnicos daquele produto no site do fabricante, da loja ou do revendedor, ela não sabe o que ta vindo, então ela tem o desejo mas não tem a informação para poder estar comprando, então por exemplo, a pessoa que gosta de game e tem deficiência visual, ela pode estar acompanhando dentro do nosso blog alguns games de destaque que vamos estar falando, na forma acessível e língua acessível, pra ela poder compreender e ela poder ter informação suficiente e conseguir comprar aquele produto, ou até as dicas sobre determinado fone, determinado mouse, determinado teclado sobre formas de configurações para a acessibilidade dela.
De alguns anos pra cá, a BGS vem trazendo pessoas com deficiência para trabalhar aqui e muito deles são cadeirantes, vocês enxergam isso como uma oportunidade de uma inclusão dessas pessoas dentro do mundo dos games e entretenimento?
Então, a inclusão de pessoas com necessidade especial para trabalhar em evento é um ponto muito positivo, a inclusão dela, a questão da capacitação, da capacidade dela trabalhar, ela não tem nenhum tipo de empecilho pra poder fazer isso. Apesar de que a acessibilidade da BGS, precisa melhorar como muitos eventos no brasil tem que ser melhorado, porque a acessibilidade infelizmente ainda passa pelo ponto de pensar que acessibilidade é só rampa, mas a acessibilidade é muito além de uma rampa, como eu gosto de explicar a acessibilidade só é tratada como necessidade quando você necessita dela. Então hoje queremos mostrar pra as empresas, para as organizações e os eventos que a acessibilidade vai muito além de uma rampa, e muito além de botar funcionários para trabalhar pra eles, porque a gente ainda tem muita coisa pra melhorar e nosso foco é tentar melhorar a acessibilidade dos locais.
Vocês tem conhecimento de algum projeto que pode tornar os jogos mais inclusivo como a “Casa de Davi” faz?
A questão da acessibilidade, como a gente costuma falar, a questão da necessidade especial ela é muito variável, são muitos tipos de necessidade especiais, e a questão da integração de todas essas categorias é muito complicada, então por exemplo, hoje nós temos algumas necessidades mais comuns como: visual, locomotiva, auditiva e hoje temos as que estão um pouco mais em alta, que é o daltonismo, o autismo que são necessidades também, entretanto, temos outras necessidades que são muito importante e precisam ser melhoradas. Hoje a nossa intenção é conseguir trazer não uma criação de jogo ou a criação de um periférico para uma pessoa com necessidade, especial porque infelizmente na indústria se você cria um projeto de alguma coisa específica para uma categoria, por não ser uma quantidade em massa, ela encarece o preço e aí você vai ter que comprar um acessório ou produto com um preço muito alto, não vai ser mais atrativo, ele não vai saí e então vai morrer o projeto. Então vemos mais como uma questão de adaptação de formas acessível para poder colocar esse tipo de inclusão, por exemplo, um jogo a gente tem a ferramenta no jogo e a gente tem como incluir alguma ferramentas dentro dele para poder trazer a inclusão. O meu ponto de vista é mais a questão de incluir a pessoa com necessidade especial numa coisa que existe do que criar uma coisa totalmente direcionada pra ela.
Gostaria de deixar uma Mensagem para as pessoas que têm algum tipo de deficiência e dificuldade nessa questão de jogos?
Que elas lutem, que se elas gostam de algo que corram atrás de empresa para ver o que pode ser feito ou criado, se incluam, venham as feiras, no local, hoje em dia a acessibilidade é muito maior de alguns anos atrás, então é possível ter ou não uma total autonomia, mas é possível estar aqui curtindo o evento. Além disso, a gente fala “ Vem”, a gente tem vários tipos de experiências de pessoas com necessidades especiais que tem medo de ir para o evento porque não tem informação, mas a acessibilidade está acontecendo, não da forma que deveria acontecer, mas cada ano fica melhor, e isso é um ponto positivo para todos que necessitam dela, então o que podemos tentar passar pra vocês é: venham e briguem pela causa, porque é muito importante e uma melhorar pra todos.