Já imaginou viver em um mundo onde as pessoas não postassem indiretas para as outras nas redes sociais? Ou melhor, postassem sim, mas apenas indiretas do bem que fizessem as pessoas felizes! Será que estou sonhando? Foi a partir desse sonho que as duas amigas Ariane Freitas e Jéssica Grecco criaram uma página no Facebook chamada Indiretas do Bem, ideia que surgiu meio por acaso durante o almoço em uma agência onde as duas trabalhavam juntas. Em pouco mais de um dia a página Indiretas do Bem já tinha mais de mil fãs e é hoje é sucesso com mais de 7 milhões de seguidores. As postagem bem humoradas e otimistas com ilustrações fofas fizeram tanto sucesso que acabaram virando “O livro do bem ” que se tornou best seller em pouco tempo, com apenas 5 meses vendeu mais de 25 mil exemplares e está há várias semanas na lista de mais vendidos do país. Conheça as meninas do bem:
Jéssica nasceu em São Paulo em 1989 e depois de se formar em Publicidade e Propaganda na Faculdade Cásper Líbero, trabalhou em várias agências de Publicidade como criativa digital e também na área de mídias sociais. Juntamente com Ariane, é autora do best seller O livro do bem (Gutenberg/2014).
Ariane Freitas
Ariane nasceu em São Paulo em 1990. Desde criança é apaixonada por letras e desenho. É também fascinada por livros e ouvir e contar histórias, o que a levou a se formar em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Trabalhou em diversas agências publicitárias como a DM9DDB, onde conheceu Jéssica Grecco, sua sócia no Indiretas do Bem.
Agora as duas estão lançando o segundo livro que é um gift book chamado “O livro do amor – Indiretas para quem a gente ama” que foi inspirado no sentimento universal e que traz frases de amor e de inspiração para aquela pessoa que faz o nosso coração bater mais forte e sair suspirando pelos cantos. Confira abaixo uma entrevista especial com as autoras:
CDL: Conte um pouco da história de vocês e como se conheceram?
Nós tínhamos muitos amigos em comum, então já nos conhecíamos há um tempo, mas foi em 2012 que ficamos mais próximas quando começamos a trabalhar na mesma agência de publicidade aqui em São Paulo. A nossa área não era muito grande então vivíamos juntas e ficamos bem amigas.
CDL: Como decidiram montar a página indiretas do bem e como foi esse processo?
Na verdade a página nasceu por acaso. Como tínhamos muitos amigos em comum, um dia nós vimos o pessoal discutindo na internet e mandando indireta um pro outro então decidimos criar a página para fazer uma brincadeira e acalmar os ânimos do pessoal. Fizemos na hora do almoço e não contamos pra quase ninguém que a página era nossa. No final do dia a página já tinha mil fãs.
CDL: Qual foi a maior dificuldade nesse período?
A página nasceu de uma brincadeira e cresceu muito rápido, então não tínhamos essa “dificuldade” realmente. O maior desafio é manter um formato tão simples como o Indiretas do bem vivo por tanto tempo. Por isso começamos a explorar o conceito de inspiração, amor e auto conhecimento também em outros canais como o blog, Instagram, vídeos no YouTube e também para os livros. 🙂
CDL: Como foi a experiência de deixar a estabilidade de um emprego fixo e apostar no sonho?
Todo o processo foi feito com muito planejamento, e isso é importante em qualquer processo de trabalho autônomo. É claro que existem as partes positivas como flexibilidade de horários e fazer as coisas da maneira que você acredita, mas tudo isso vem muita responsabilidade e se você não fizer certas coisas, ninguém irá fazer por você. Além das burocracias financeiras que você precisa aprender a lidar para abrir uma empresa e estruturar um negócio próprio. Nós trabalhávamos com publicidade então tivemos que aprender um monte de outras coisas além da área que conhecíamos.
CDL: Quais são suas dicas para os jovens que querem seguir o mesmo caminho? Deixar a estabilidade para montar o próprio negócio?
O principal ponto é saber se planejar. Guarde dinheiro, tenha um plano B, C, D, caso as coisas não saiam como você imaginar. O maior segredo para viver uma vida mais instável é encontrar suas próprias estabilidades e sem (muitos) sustos ao longo do caminho.
CDL: Quais são os benefícios e as maiores dificuldades de ser seu próprio chefe?
Muitas vezes é difícil criar uma rotina de trabalho, ainda mais quando você trabalha de casa, acaba passando o dia inteiro trabalhando sem nem perceber. O maior benefício é a liberdade, poder fazer as coisas como você acredita, da maneira que você quiser, com a cara e a coragem. Tem vezes a gente inventa planos mirabolantes e uma aceita a ideia da outra e vamos tentando colocar tudo de pé.
CDL: Vocês se conhecem há muito tempo, como é essa convivência e como vocês separam o pessoal do profissional?
Nós somos bem amigas então nos falamos o dia todo sobre tudo, até sobre trabalho quando alguma das duas tem uma ideia maluca e corre pra contar pra outra. Como a gente se dá super bem juntas não existe essa “separação” realmente, tudo é bem leve e gostoso de trabalhar 🙂
CDL: Agora fale um pouco sobre o lado pessoal, o que vocês gostam de fazer nas horas vagas?
Nós gostamos de consumir todo tipo de cultura e influência pra usar de inspiração para o nosso trabalho. Amamos ler, assistir seriados, filmes, ir ao karaokê com os amigos, criar playlists e descobrir músicas novas, a Ari ama desenhar, a Jessica é a louca dos gatos com seus 4 gatinhos, e mais um monte de coisas! 🙂
CDL: Quais livros vocês estão lendo no momento e qual indicariam para os nossos leitores?
Jessica: Eu acabei de terminar o “Não sou uma dessas”, da Lena Dunham. É um livro bem pessoal sobre a atriz e roteirista da série Girls da HBO, e sou apaixonada por ela. Esse é um livro que conta sobre a vida da Lena, suas experiências com relacionamentos, trabalho, vida adulta e um monte de coisas que toda adolescente passa quando começa a crescer e sair da casa dos pais. Indico para quem quer dar umas boas risadas, é fã da série Girls e procura uma leitura bem leve e gostosa.
Ariane: A minha última leitura foi a adaptação para Graphic Novel por Fabio Moon e Gabriel Bá de Dois Irmãos, romance de Milton Hatoum. No último ano, com o trabalho de ilustração, tenho lido muito mais quadrinhos, porque costumam fluir melhor e me ajudam a desligar mais rápido da correria diária, além de serem excelentes referências para o meu trabalho. Apesar de ter gostado muito da adaptação do romance de Hatoum, eu indico Daytripper, também dos irmãos Moon e Bá, uma Graphic Novel linda, emocionante e que te faz chorar, pensar e querer reler várias vezes. Quando comecei a sonhar em trabalhar com quadrinhos, essa era uma das histórias que me fazia pensar “quero alcançar o coração das pessoas assim um dia”.
CDL: Quais as dicas que vocês tem para quem quer escrever o próprio livro?
Escreva com amor, sem se preocupar tanto no que os outros vão pensar. Muitas vezes a gente fica tão preocupada com isso e trava e não consegue escrever. Tudo que é feito de coração fica ainda melhor e mais especial 🙂
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