O primeiro spin-off de Umbrella Academy está chegando no Brasil pela editora Devir neste mês de dezembro, Você é a Cara da Morte termina o ano com um dos personagens mais queridos dos fãs: O Klaus.
Esta matéria pode conter spoilers
Em Você é a Cara da Morte, temos o incontrolável Klaus sendo expulso de casa (e também da Umbrella Academy) pelo seu pai, o Sr. Hargreeves. Com apenas dezoito anos, muita rebeldia e sem nenhum dinheiro de mesada, o número quatro perambula pelas ruas de Hollywood procurando por drogas ou qualquer coisa perto disso, que o tire da realidade de estar rodeado pelo o que mais o machuca.
Aqui a gente entende um pouco mais quem é o Klaus e pelo o que ele passou. Mesmo tendo um poder que por si só já traumatizaria muitas pessoas, o seu pai também foi um incentivo para o seu estado psicólogico o obrigando a sempre ir além, a sempre conseguir mais poder… Pouco se importando com aquela criança que, assim como qualquer criança, queria receber amor.
Claro que dentro da ficção que engloba o Klaus roubar drogas de um traficante vampiro e uma guerra entre marfiosos vampiros acontecer, este spin-off tem temas bem colocados e tocados. O herói, por ter sofrido pela única figura paterna que tem, por não receber carinho ou amor, por ter que segurar a bandeira de herói sem importar com seus sentimentos, acabou em um caminho sem volta das substâncias e ao encontrar uma mulher mais velha que prometeu cuidar dele e diz palavras certas para cada momento, ele se encontrou em uma situação pior do que a de antes.
“Ela só aprendeu a tocar nas notas que Hargreeves não sabia tocar?”, pensou Klaus.
Ao aprender uma forma nova de usar seu poder e transferir algumas almas para outra pessoa, Klaus também aprendeu mais sobre si mesmo. Ele acabou criando um monstro (no sentido literal da palavra), mas queria apenas saber o que é carinho. Uma coisa que, por muitas vezes, vários de nós leitores e não leitores passamos na vida. O que faz ainda mais parecer que isso pode ter sido ainda mais pessoal para o autor Gerard Way, já que no tempo que cantava no My Chemical Romance, ele teve problemas com substâncias ilícitas.
Por outro lado, temos o diferencial na arte com o desenhista I.N.J Culbard trazendo uma leveza ao personagem e retratando bem a inocência de Klaus. Já as cores foram bem baseadas nos tons terrosos, mas colorido o suficiente para nos mostrar a “cara da morte”. Essa foi uma ótima escolha para este spin-off.