Quando li a matéria de Henrique Sampaio para o site Overloadr, a primeira reação foi deixar o queixo cair e exclamar um divertido (e bem pausado) “Sen-sa-cio-nal!”. A segunda, foi baixar o jogo imediatamente para testar e vir trazer a novidade para vocês. The Shade Forest é um jogo 2D de plataforma para smartphones no melhor estilo Super Mario World e Pitfall, com gráfico em 16 bits super colorido e criativo na montagem tanto do conceito geral do jogo, quanto dos personagens e cenários nele mostrados. Repleto de referências que vão de RuPaul’s Drag Race a Turma da Mônica, em The Shade Forest o jogador luta contra vilões que representam de forma caricata os opressores da comunidade LGBT, como o touro violento Bully Bill e Bigot Pig (literalmente: “porco intolerante”), enquanto coleta “mony” para upgrades no visual e habilidades de nossa drag e resgata go go boys, tudo isso passando por cenários desafiadores montados aleatoriamente, o que garante que cada jogo nunca seja igual ao anterior.
A drag queen Amanda Sparks, criação de José Henrique Oliveira, criou o projeto como um TCC para sua pós-graduação em Produção e Desenvolvimento de Games no Senac, e relata tê-lo desenvolvido praticamente sozinha, cuidando de animação, design e programação e deixando somente a trilha sonora sob tutela de Fábio Cardoso, que assina como Positronic. “O jogo também foi muito bem recebido pelos professores, que elogiaram a escolha do tema e as mecânicas do jogo, dizendo que foi, de longe, um dos jogos mais bem acabados a ser apresentado como TCC no curso.”, comenta José Henrique.
The Shade Forest é aparentemente simples, um jogo para se passar o tempo, mas as mensagens contidas nele e suas singularidades para lidar com os vilões são simplesmente lacradoras – e não tem termo que expresse melhor esse jogo. O “poderzinho” básico de Amanda para destruir os inimigos é lançar beijos; no combate melee, é estapear as inimigas mesmo. Os upgrades nas habilidades da personagem são adquiridos na forma de maquiagem e outros itens essenciais na montagem de uma drag e, caso você “morra” no jogo, sua caracterização é toda desfeita. Mas a cereja do bolo está mesmo é no final das boss fights: ao derrotar o chefão de cada fase, o jogador entra no modo “B*tchslap“, onde tem que clicar no slap button (“botão de tapa”) quando o marcador estiver no centro da barra para distribuir tapas hollywoodianos na cara do vilão, enquanto frases como “Ah não, você não fez isso…” aparecem no topo da tela a cada tapa. E você achando que já tinha se divertido com o final de God of War III…
O jogo atualmente está disponível na versão demo para Android, e a versão completa do jogo tem lançamento previsto para 17 de Novembro para Android, com a versão para iOS prevista para as semanas seguintes, tendo até projetos para lançamento na Steam em 2016. É extremamente feliz ver temas como este – e pessoas intimamente ligadas a ele – estarem ganhando espaço dentro do universo dos games e cultura pop. E Amanda… A senhora é destruidora “meixmo”!