Coraline se muda com sua família para uma casa velha e grande que foi dividida em 4 partes. Outras pessoas moram lá também: a Srta. Spink e a Srta. Forcible, que moram no porão, elas eram atrizes quando mais jovens; tem o velho maluco, o Sr. Bobo, que mora no sótão, este adestra ratos brancos para tocar música e o outro cômodo está vago. Lá fora faz frio e para piorar seus pais só sabem trabalhar, Coraline começa então a fazer a única coisa para acabar com o tédio, ela inicia uma exploração pelos arredores da casa, até que a chuva a prende dentro de casa.
Quando eu assisti Coraline pela primeira vez, fiquei apaixonada pela história, uma personagem feminina forte, sem clichês e extremamente humana. Quando eu descobri que a animação era uma adaptação do Neil Gaiman eu quis imediatamente ler o livro. E valeu a pena, pois o livro é muito mais detalhado que o filme e uma das principais diferenças é que a Coraline do livro é muito mais esperta ao lidar com os problemas do que a do filme.
O livro ganhou os prêmios Hugo Award, Nebula Award de melhor novela de 2003 e o Bram Stoker Award, de melhor trabalho de novos escritores de 2002. Foi comparada com Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll por causa de seu surrealismo e de sua trama baseada em uma menina indo à uma realidade alternativa.
A história de Coraline é de provocar calafrios, a trama é muito bem construída em volta da menina, Neil Gaiman cria um enredo tão bem traçado que fica complicado para o leitor identificar o que é real e o que é fantasia. As descrições são bem simples e talvez por isso completamente arrebatadoras. Em meio a uma exploração, a menina encontra uma porta que às vezes abre para um corredor frio e noutras vezes para uma parede de tijolos. Você atravessaria o corredor?
Ao levar-nos ao mundo através da porta, Coraline encontra um mundo perfeito, com um outro pai e uma outra mãe, um mundo dos sonhos onde coisas incríveis acontecem e suas vontades são satisfeitas. Mas, a medida que ela continua visitando essa terra maravilhosa ela percebe que há algumas coisas estranhas e que essa outra mãe não é tão fabulosa assim.
Entre pais que sempre estão trabalhando e novos pais que sempre te dão atenção quem você escolheria? Tudo que Coraline precisa fazer é se tornar um pouco diferente. Será que ela vai aceitar?
O horror do livro está presente nos detalhes que Neil Gaiman nos presenteia que, além de despertar o imaginário de quem está lendo, ajuda a compor toda a atmosfera tenebrosa que causa arrepios e desperta medos. E o mais interessante é que mesmo sendo uma história relativamente pequena, o autor consegue dar profundidade aos cenários, personagens e ao enredo como um todo e mostrar que é possível escrever em ‘poucas páginas’ uma história grandiosa e inesquecível.
A narrativa não peca por ser simples e é altamente perceptível que o autor tem uma forma particular de contar suas histórias. Acho realmente interessante os elementos que o autor deixa ‘subentendido’, dando ao leitor a oportunidade de tirar suas próprias conclusões e pensar: Será mesmo? Além de aguçar nossa imaginação, o livro ainda passa uma bela mensagem da fórmula que dita que o bem sempre vence.
A obra ainda conta com algumas ilustrações de Dave McKean que dão ainda mais um ar de mistério/macabro/assustador à história. Uma história fantástica com ilustrações impecáveis: nada poderia sair melhor!
Então, o que você está fazendo que ainda não foi ler Coraline?! Fiquem ligados no Cabana do Leitor para mais novidades 😉
Revisado por: Bruna Vieira.