O mercado de trabalho no Brasil quando relacionado aos esportes eletrônicos, ainda engatinha para se tornar referência internacional. Será? Os melhores jogadores do mundo de Counter-Strike Global Offensive (CS-GO) são brasileiros, mas atualmente, jogam em times estrangeiros. Por que o cenário no nosso país é tão precário em relação aos outros, a ponto que jogadores prefiram seguir carreira fora?
A situação nacional é insólita por um bom motivo: falta comprometimento e engajamento das empresas em patrocinar o competitivo e assim prejudicam o crescimento da comunidade. Jogadores brasileiros de CS-GO são considerados lendas em times consagrados como a SK Gaming e a Immortals. Os dois estão entre os 15 melhores times do mundo.
Dentre os mais queridos, destaque para Gabriel “FalleN” Toledo, que em 2016 foi indicado pela Forbes entre os 30 mais influentes no ramo de games. Sem falar do Marcelo “ColdZera” David, em 2016 ganhou o prêmio de melhor jogador de e-Sport do The Game Awards, uma espécie de Oscar dos videogames.
Enfrentamos todos os dias problemas frequentes como informalidade e inadimplência. O descaso com o cenário no Brasil preocupa especialistas porque em dois anos não conseguimos sair do lugar em termos técnicos, apenas ganhamos lugar na mídia de massa. Recentemente, foi divulgado mais de 20 jogadores, comentaristas e personalidades (streamers) que estão com seus salários atrasados e premiações não pagas.
Isso acontece porque boa parte do problema está na legalidade: organizações sem contratos firmados com torneios, dessa forma quando os campeonatos ocorrem não há segurança nenhuma que as pessoas sejam pagas. Isso também acontece com times e jogadores, no qual os players por serem na maioria muito novos por ingenuidade não assinam contratos, tornando tudo uma bola de neve.
Para tornar ainda pior, o mercado de trabalho aqui no Brasil de CS-GO tem um salário baixíssimo para jogadores, chegando na marca de R$2.000,00 há R$3.000,00 no máximo. O glamour que as mídias mostram sobre Counter Strike na Internet e na Televisão vale unicamente para o cenário fora do país. Sem contar com os equipamentos apresentados que nem sempre são adequados para o tipo de jogo.
A Copa do Brasil de CS-GO, talvez seja, um dos poucos campeonatos aqui no país que tem credibilidade na área. Organizado pela XLG em parceria com a Gamers Club e o Esporte Interativo, ela foi criada e é organizada em conjunto da Associação Brasileira de Clubes de eSports (ABCDE), entidade que representa os esportes eletrônicos no Brasil.
Isso é um absurdo porque estamos falando de um esporte que movimenta bilhões em todo o mundo e aqui ainda é tão básico e frágil. É necessário que esse ramo ainda amadureça, que os players levem o game à sério com comprometimento e que as empresas façam seu papel dentro do mercado.