Capitão América: Guerra Civil é um dos filmes mais aguardados do ano. Trazendo expectativas tão grandes com uma gama de personagens queridos, introdução de novos, interação inédita de alguns e o famigerado retorno do Homem-Aranha ao estúdio para que se integrasse ao Universo Cinematográfico Marvel. De forma diferente que a Guerra Civil é levada nos quadrinhos, no filme ela é motivada por alguns outros fatores além da chamada lei de registro ou Tratado de Sokovia, servindo primariamente como um ligeiro detalhe para o futuro do UCM. O filme tem um enredo com ramificações diversas em que motivações dos personagens se trombam em uma só, causando o grande confronto que já esperávamos.
O enredo gira em primeiro plano em volta deste tratado que é colocado em prática após mais um acidente envolvendo os Vingadores e eles devem escolher se assinam para responder diretamente à ONU ou se aposentam obrigatoriamente. A figura de Ross entra para colocar na cabeça dos personagens que, sem supervisão, toda a missão em que eles se envolverem quebrando barreiras diplomáticas e fronteiriças acabará resultando em catástrofes e que ninguém tolera mais isso.
Os heróis que assinarem o tratado serão enviados apenas para missões que a bancada das Nações Unidas julgar necessária tirando o livre-arbítrio da equipe. O fato do tratado ser obrigatório acaba dividindo a equipe a princípio por motivos que não vou citar, mas que algumas pessoas já devem desconfiar.
Então as coisas começam a ficar mais sérias com a entrada do Soldado Invernal e o Barão Zemo (sem o baronato, importante citar) com uma motivação forte para ser o vilão da trama. Porém esse status de antagonista não se reserva somente ao Zemo. Quando heróis se enfrentam por ideologias e por egos inflados, todos acabam sendo vilões de alguma forma ao mesmo tempo que pensam estar fazendo o certo. Os Vingadores são armas vivas e controversas em um mundo lotado de problemas e conforme é citado no filme “a simples existência deles já gera desafios e desafios geram conflitos”. E aparentemente a cada dia surgem mais figuras como eles, desafiando as leis da física e agindo por conta própria em busca de uma justiça feita com as próprias mãos, precisando portanto ter controle e noção de que serão responsabilizados por suas ações.
O Pantera Negra é um personagem essencial no filme. Um ponto que não poderia ser descartado pois, como eu havia dito antes, para o filme funcionar os personagens demonstram motivações específicas e a busca implacável do herói africano torna-se um dos pontos mais altos do filme, apesar de alguns usos desnecessários de CGI, trazendo para o filme mais velocidade e cenas de luta brutais e fantásticas. O personagem tem mesmo um grande futuro pela frente e Chadwick Boseman mostrou a que veio. E falando em estreantes, Tom Holland é definitivamente Peter Parker. Mais solto, garotão e brincalhão, totalmente emocionado e impressionado com aquele mundo novo que ele estava encarando cheio de malucos fantasiados e poderosos. Porém engana-se quem acha que este Homem-Aranha recua nesse ambiente em que ele é atirado deliberadamente pelo seu “mentor” Tony Stark contra seu ídolo Capitão América. O Peter e o Aranha que esperávamos estão nesse filme, sendo de certa forma finalmente espetacular, título que carrega nos quadrinhos mas que até hoje havia deixado uma coisinha faltando ali com os atores anteriores.
A união dos personagens já estabelecidos em seus filmes ocorre de maneira simples e sutil resultando num embate destruidor e divertido. Uma zona criativa sem tamanho, um enredo dinâmico e construído com acertos e alguns pequenos furos que não comprometem em nada no desenrolar da obra. Guerra Civil carrega mais em seu título a tal guerra que vemos nos quadrinhos, não necessariamente a guerra neste filme em particular, mas por toda a trajetória dos heróis mais poderosos da Terra fazendo desta uma entre várias outras batalhas. Definitivamente o maior e mais bem executado filme da Marvel Studios.
Revisado por: Bruna Vieira.