A franquia de mais de 10 anos de sucesso, “Meu Malvado Favorito”, e seu universo que se estende em “Minions’, retorna em 2024 com mais um longa sob a direção de Chris Renaud e Patrick Delage, que não traz nenhuma inovação técnica e narrativa, apenas uma repetição sem graça do que já havia sido feito nos filmes anteriores.
Com a voz original de Steve Carell e Kristen Wiig, interpretando o casal Gru e Lucy, e a dublagem brasileira de Leandro Hassum e Maria Clara Gueiros, respectivamente, o filme introduz um novo vilão.
Ignorando os acontecimentos do terceiro filme, nesta nova animação, o vilão Maxime Le Mal, ao jurar vingança se torna uma ameaça para Gru e sua família (com um novo membro, o bebê Gru Jr. que carrega a herança vilanesca de Gru). Para se protegerem, a família se esconde e vive uma segunda vida, com uma nova identidade, precisando se adaptar em uma sociedade “normal”.
Meu Malvado Favorito 4 repete a estratégia de afastamento do Gru em relação aos Minions, sendo um artifício de roteiro facilitador de desenvolvimento narrativo, mas que novamente não funciona, pois, a força da franquia está exatamente nesta dinâmica de interações entre Gru (e sua família) com os Minions.
A tentativa de viver uma vida normal é a fonte de comicidade, embora a narrativa perca força pela falta da realização de missões que impulsionam o enredo, se limitando apenas à cena de abertura do filme, e ao desfecho da história. Com apenas 1 hora e 30 minutos de duração, mais de 1 hora da narrativa se passa sem a participação de Gru em nenhuma missão.
Enquanto isso, os Minions estão em um subplot isolado, como se estivesse acontecendo dois filmes separados que não se fundem de forma coesa. Trazendo várias referências a símbolos clássicos consolidados no universo de super-heróis, um grupo de Minions são cobaias do experimento de um “supersoro”, que dá a eles poderes especiais: super força, disparar raios laser pelo olho, habilidade de voar, elasticidade, e a resistência do corpo revestido em pedra.
Ao saírem pela cidade utilizando seus poderes, há uma representação de situações icônicas, como o Minion super-elástico usando seu poder para frear um trem desgovernado, e que com a rejeição dos cidadãos, ouvimos a frase: “Estamos cansados de super-heróis”. Mas o próprio filme parece não se cansar da repetição da fórmula já desgastada e pouco inovadora de super-vilões do universo da própria franquia.
Para além da história, Meu Malvado Favorito 4 falha em se destacar visualmente, com uma estética simples em seu universo e personagens, além da técnica de animação (que são características do estúdio Illumination).
As piadas nem sempre funcionam, deixando o interesse da narrativa dependente do terceiro ato, onde se concentra a ação do filme. O que a franquia “Meu Malvado Favorito” conseguiu estabelecer como uma dinâmica inovadora e engraçada, neste novo filme não vemos acontecer e nem inovar.