Que alegria é ver uma sociedade tão diversa, mesmo que seja na ficção ou na força de uma realidade por vezes utópica.
Porque sim, Mulher-Maravilha 1984 é um filme com uma super heroína que dialoga com todxs. E quando dizemos todxs, nos referimos às mensagens. Não são somente demonstração da força da mulher mas também de esperança, de compreensão e de paz. Uma paz que não se resolve com tiro. Ou porrada. Ou bomba. Se resolve com diálogo. Com perdão. E amor.
As interpretações são impecáveis. Gal Gadot nasceu para esse papel, mas é uma atriz muito carismática para ficar presa à MM. Ela encarna Diana de um jeito tão único que acredito que acontecerá – se já não acontece – o mesmo que houve com Christopher Reeve quando interpretou Superman (1978) quando o personagem dos quadrinhos passou a ser desenhado com o rosto do ator.
Mas não podemos deixar de lado os coadjuvantes: Pedro Pascal interpreta Maxwell Lord, um vigarista fanfarrão que tenta a sorte num mundo que só lhe oferece azar. Já Kristen Wiig traz pras telonas uma Mulher Leopardo arrebatadora, eu diria. Chris Pine volta como Steve Trevor e tem cenas memoráveis. Não podemos contar mas uma delas é digna de boas doses de ciscos nos olhos.
Obviamente, não é um filme perfeito pois a cena das lutas tinham muito daquele jogo de câmeras lentas que prejudicou o live-action de Mulan, por exemplo. A tão esperada porradaria entre Mulher Maravilha e Mulher-Leopardo não é perfeita e é até bem curta, mas dá pra satisfazer um pouco a vontade dos fãs.
Os vilões não foram tão bem definidos nas informações que possuíamos, mas não compromete o filme. Só dá um gostinho de quero mais de Kristen Wiig. Até porque os vilões são tão humanizados que sentimos suas dores e compartilhamos suas convicções.
Por fim, a diretora Patty Jenkins entregou uma obra muito além de um filme de quadrinhos. Ela entregou cinema. Do bom e do melhor que essa arte oferece: com mensagens de amor, de perseverança, de nunca desistir. O cinema é fantasia mas também é sonho. E com Mulher-Maravilha 1984, é possível sonhar. E acreditar.