The Flash, novo longa da DC Comics, surpreende com uma trama muito interessante focada no emocional dos desafios de ser um herói em formação enfrentando o luto.
O filme acompanha a trajetória de Barry Allen, um jovem adulto que sofre com a eterna dor de ter perdido um dos pais. Para piorar o que já era ruim, seu pai está preso — acusado de matar a própria esposa. Além disso, Barry acabava de descobrir por acaso que podia viajar no tempo.
É assim que o nosso querido Flash entra num dilema mais doloroso do que qualquer cicatriz de confrontos da Liga da Justiça poderiam deixar nele: A confusão de tentar encontrar, no passado, uma solução para alterar toda a sua vida, a partir da morte de sua mãe, sem deixar sequelas no espaço tempo multiversal.
O poderoso Flash descobre que ele não pode salvar todo mundo. Mas, ainda assim, será que é possível ele salvar alguém em meio a tanta confusão?
O multiverso anda sendo um tema bem comum em filmes de super-heróis, de uma maneira bem repetitiva — ano passado, em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, da Marvel, por exemplo, ou, olhando mais recentemente, Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, que ainda está em cartaz — entretanto, The Flash tem um diferencial.
Ele lida com o multiverso da forma mais visual e conceitual possível, repleto de metalinguagens e analogias gráficas; apesar de original, essa visualização toda acaba não favorecendo o filme, por vir acompanhada de CGI e efeitos visuais frouxos que entregam a desorganização por parte da produção técnica do filme.
Ou seja, se por um lado temos um roteiro forte, que prende o telespectador ao não ter medo de arriscar e colocar a mão na massa no conceito do multiverso, entregando um certo nível de originalidade (dentro dos limites do gênero, é claro), por outro lado temos a produção técnica tão ruim que o filme fica tão superficial que chega a parecer uma animação ou videogame antigos.
Uma pena, pois se o filme fosse tecnicamente bem executado, colocaria The Flash como um dos melhores filmes a lidar com multiverso.
É um filme pensado especialmente para os fãs, possuindo várias referências ao mundinho da DCU – então, se você for fã, pode ter certeza de que sairá da sala de cinema nostálgico.
Apesar da trama girar em volta do luto, o filme aposta muito em comédia, colocando cenas humorísticas a cada cinco minutos; o que pode te agradar ou te irritar, dependendo do quão adepto a comédia você for. Pessoalmente, por mais que eu tenha soltado algumas risadas com as diversas piadas com referências a cultura pop e geek no filme, em algumas cenas eu achei essa comédia exagerada ou até mesmo desnecessária.
No geral, The Flash é mediano, possuindo alguns pontos bons muito fortes e outros pontos ruins também muito fortes. É, sem dúvidas, uma montanha russa de sensações e emoções. Esteja preparado para ela.