Cativante do início ao fim, Barbie traz mensagens importantes em relação ao patriarcado, padrões impostos e crises de existencialismo sem perder o bom humor.
O longa acompanha a jornada interessante de Barbie de um jeito extremamente fluido e com altas emoções, fazendo os telespectadores não conseguirem tirar os olhos da tela. A produção não faz nenhum esforço para esconder seus conceitos, pois tudo é apresentado de forma ostensiva, sendo assim, para alguns, a ausência da sutilidade pode até ser considerada uma desvantagem. Muitas referências estão presentes e fará os fãs da boneca enlouquecerem.
Com piadas sarcásticas o tempo inteiro, o filme se destaca por ser distinto em relação aos esforços anteriores de Greta Gerwig como diretora. Mais uma vez, a direção de Gerwig (em mais um trabalho impecável) traz reflexões da complexidade feminina ao ponto de realmente atrair tanto admiradores quanto aqueles que não são fãs da Barbie.
Sem dúvida, o filme pode ser descrito como ousado, levando em conta sua paleta de cores vibrantes, roteiro envolvente, figurinos de encantar qualquer um, evolução de seus personagens e a narradora (Helen Mirren).
Ainda bem que decidiram escalar Margot Robbie (Esquadrão Suicida) como a boneca icônica, já que sua capacidade de apresentar performances excepcionais é bem conhecida. Neste papel particular, a atriz encarna a personagem com um sentido de autenticidade, entusiasmo e naturalidade, deixando uma impressão de parecer que está vivendo e não interpretando, tal como em qualquer outro projeto que se propõe a realizar.
Ryan Gosling (La La Land), também foi a escolha perfeita para desempenhar o papel de Ken, a interpretação foi realmente inesquecível e deu profundidade a um personagem de hominho que merecia ser mais explorado, cativando a atenção do público.
Menções honrosas a America Ferrera (Quatro Amigas e um Jeans Viajante) que rouba cena com o monólogo de sua personagem, Glória, e a Michael Cera (Scott Pilgrim) que apesar de pouco tempo de tela, interpreta Alan de uma maneira extremamente divertida.
Outro ponto fortíssimo do filme são as cenas de coreografias e músicas que fazem o público se envolver mais ainda com o que está sendo transmitido. Ter Dua Lipa na trilha sonora foi um presente e tanto. A cena em que toca a música “What Was I Made For?” de Billie Eilish, realmente, pode emocionar alguns.
Desse modo, apesar da obra cinematográfica ser uma dádiva para os indivíduos de todas as idades, é importante frisar que não é infantil, não espere algo parecido com os desenhos. Adolescentes e adultos têm tudo para apreciar com mais valor.