O novo filme mexicano de Gael García Bernal, Chicuarotes, é um filme com teor dramático grande e com uma certa pegada de humor, cujos personagens principais são dois meninos trabalhadores em busca de melhorar suas vidas. Porém, a cada tentativa, suas vidas pioram consideravelmente.
O filme possui um potencial narrativo muito grande; já o desenvolver da história deixa a desejar. A falta de carisma dos atores em cenas, principalmente em momentos que exigiam uma carga dramática muito grande é um bom exemplo de tal situação.
O compasso moral dos personagens também é algo confuso, Cagalera, um dos protagonistas, defende sua irmã com unhas e dentes mas trata ela como inferior, a mãe é constantemente abusada pelo parceiro, mas a conclusão de seu arco é retratada muito rapidamente e com desleixo, e uma tentativa de estupro é usada como chantagem e um dos protagonistas “defende” o estuprador.
Apesar disso tudo, o filme é bem feito, a direção de Bernal é um ponto positivo, a colorização das cenas é ótima para preparar o clima de sequência e as músicas, a trilha musical, combina com os cenários retratados e os acontecimentos da cena.
Os momentos decisivos deixam a desejar um pouco também. Mesmo retratando bem os protagonistas e suas ações, os seus momentos de redenção são quase inexistentes, eles não aprendem com os próprios erros.
O filme é divertido e possui algumas críticas muito boas, porém não atingiu as expectativas. É um filme mediano, que entretém, mas pode deixar alguns expectadores com sono.