Arthur Curry, também conhecido como Aquaman, vive em um farol com sua consorte Mera. Intitulado Senhor de Atlântida, Arthur busca uma vida calma e comum em Mercy Reef, cidade costeira do Estados Unidos onde nasceu e cresceu, mesmo que as vezes busque agir como super-herói. Discriminado por ser uma pessoa que possui a capacidade de se comunicar com seres aquáticos, Aquaman busca mostrar que ele pode ser mais do que motivo de piadas e chacota, principalmente quando uma ameaça chega à uma cidade vizinha da sua. Ao enfrentar essa ameaça ele descobre coisas do seu passado que podem ser muito relevantes para o seu futuro.
Até os dias de hoje eu ainda ouço piadas sobre Aquaman e isso terminou mais motivado pelo canal infantil Cartoon Network e pelo seriado The Big Bang Theory. O que Geoff Johns busca é mudar essa visão.
Aquaman: As Profundezas é a revitalização de Novos 52 mais aclamada pelo público dos quadrinhos, sendo considerada a melhor caracterização do personagem nos quadrinhos… isso se você for desinformado.
Não vou tirar os méritos de Johns, que remodelou as histórias do Lanterna Verde e trouxe Barry Allen de volta (esta segunda tenho minhas críticas como TOTALMENTE desnecessária), mas considerar essa a melhor revitalização do Aquaman está totalmente fora da realidade.
Tá certo, Aquaman é o personagem mais execrado dos quadrinhos, mas ele teve muitos momentos maravilhosos. Uma das suas revitalizações memoráveis foi nas mãos de Neal Pozner em uma minissérie de quatro partes (1986), que se tivesse ido em frente teria modificado não somente o uniforme do personagem, mas toda a forma de ação de suas revistas, e depois nas mãos de Peter David que iniciou seu trabalho com o personagem na Aquaman #0 (outubro de 1994) indo até a Aquaman #46 (agosto de 1998), onde revolucionou o personagem (isso sim foi uma revolução, pois mudou totalmente a forma de Aquaman se vestir e agir).
Johns traz de volta vários fatores da mitologia do personagem, como sua parcial invulnerabilidade, sua capacidade de longos saltos, sua força descomunal e desmistificou o lance de “conversar com os peixes” (que foi bem explorado por David durante seu período com o Aquaman, sem tornar uma chacota), mostrando que, telepaticamente, ele dá ordens e os peixes obedecem. Ele também retorna a história da herança atlante de Arthur, colocando – neste ponto – novidades sobre isso.
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Johns não ignora o que fora feito com o personagem nos seus 70 anos de criação (vale lembrar que essa história começou em New 52 – Aquaman #1 (novembro de 2011), pelo contrário, ele busca trazer tudo de maneira que possa ser introduzido nessa nova mitologia, além de brincar com as chacotas que o personagem geralmente sofre.
E a arte de Ivan Reis complementa a história com sua força de retratação de cenas. Seus desenhos estão melhores do que nunca e impressionam em alguns momentos, com os detalhes que nem sempre alguns desenhistas se preocupam. Seu trabalho é fantástico, que é bem ressaltado com a arte-final de Joe Prado.
A parceria dos dois me faz lembrar o trabalho de Jim Lee e Scott Williams, que simplesmente se completam e fazem trabalhos fantásticos até hoje.
Até o momento, de tudo dentro de Novos 52, Aquaman é o único personagem que mais me interessou, pois o resto buscou tornar os personagens menores ou usaram de roteirismo para torná-los grandes demais.
Aquaman: As Profundezas é curto perto dos outros encadernados que vêm sendo lançados, mas é muito bom como início de algo que eu torço tenha continuidade.