“Desventuras em Série” conta a trágica história dos irmãos Baudelaire, órfãos que são constantemente perseguidos pelo vilão Conde Olaf, um homem que arquiteta planos para roubar a guarda das crianças e tomar posse da sua herança.
ATENÇÃO! ESSA CRÍTICA É BASEADA NOS 8 PRIMEIROS EPISÓDIOS DA SEGUNDA TEMPORADA, DADO QUE A NETFLIX NOS LIBEROU APENAS 8 DOS 10 EPISÓDIOS.
Em seu início de temporada, Violet (Malina Weissman), Klaus (Louis Hynes) e Sunny (Presley Smith) são mandados para Prufrock Preparatory School, uma espécie de colégio interno. Lá os órfãos são obrigados a morarem numa cabana infestada de fungos e caranguejos, são importunados por uma garotinha rica e uma outras séries de desventuras acontecem. O primeiro enredo (que é formado pelos dois primeiros episódios) da temporada é ótimo. Coloco como destaque a entrada dos irmãos Duncan e Isadora Quagmire, que são órfãos que passaram por situações extremamente parecidas com as dos Baudelaire. Isso conecta rapidamente os personagens, formando um grupo de órfãos curiosos a respeito das incógnitas que envolvem a morte de seus pais.
Particularmente, achei muito agradável a introdução das novas crianças, que trouxeram consigo uma perspectiva de que a série ampliaria seu enredo. Foi o elemento que “Desventuras em Série” precisava para se renovar. Infelizmente, apesar da dinâmica de ter um grupo maior de crianças ser interessante, as relações entre elas foram diminuídas nos outros episódios. Cuja as participações de Duncan e Isadora são extremamente reduzidas. E apesar da produção tomar a decisão de diminuir a participação dos gêmeos para criar um enredo em torno do sumiço deles, a presença deles poderia ter favorecido muito mais o segundo ano.
Porque os episódios da metade da segunda temporada (3º ao 6º) serão dominados pela mesma fórmula que foi usada na primeira. A decisão de retirar os Quagmire de foco afetou na evolução da série, que se prende ao modelo de: Os Baudelaire são mandados para um novo guardião, o Conde Olaf aparece disfarçado, os Baudelaire falhamente tentam avisar aos descrentes adultos e no final uma confusão acaba revelando que os jovens estavam certos. E assim, são realocados para um novo cenário, passando pelas mesmas situações de antes.
Entretanto, devo também pontuar que a série, ainda sim, entrega surpresas interessantes. Tendo seu ápice com uma revelação em “The Hostile Hospital” (episódios 7-8). Dessa maneira, abre novas variáveis intrigantes para a próxima temporada e chega num final de temporada proveitoso, não é completamente conciso e nem o tanto enfadoso.
E por essas surpresas, pelos novos personagens e pelo tom interessante que a série carrega, “Desventuras em Série” consegue ter um saldo positivo em sua continuação. Formando uma boa ponte para o terceiro ano, que provavelmente será o último.
A atuação do elenco é boa, mesmo tendo personagens muito caricatos, porque é necessário considerar que esse tipo de personagem faz parte da proposta da série. Com destaque ao ator Neil Patrick Harris nesse âmbito, que mantém seu “odiável” personagem bem multifacetado. As crianças são adoráveis, e apesar de seus papéis não exigirem um trabalho de atuação complexo, elas conseguem entregar a genialidade que seus personagens precisam. Desse jeito, seguram bem a responsabilidade de serem os principais.
A direção dos episódios é ótima, tal como a fotografia. A ambientação atemporal que a série carrega contribuiu muito com esse último fator mencionado. Sendo essa, como na primeira temporada, um dos melhores elementos da série.
O segundo ano de “Desventuras em Série” merece sua atenção. Ele estreará mundialmente dia 30 de Março, pela plataforma de streaming Netflix.