A versão cinematográfica para o jogo Word of Warcraft é uma das adaptações mais aguardadas quando se fala atualmente de cinema e jogos online, o receio em torno da adaptação é grande e faz sentido, até hoje nenhum jogo de vídeo game foi adaptado para o cinema com primor, todas as adaptações decepcionaram público, crítica ou ambos.
“Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos” não é o filme que irá mudar esse cenário, o roteiro é fraco e as atuações também não convencem, talvez pelo excesso de CGI (Computer Graphic Imagery) ou pelos diálogos rasos e as poucas quebras de humor. O agravante é que Warcraft é um filme fraco que tenta ser sério do início ao fim, as tentativas de dramatização não funcionam e a comédia é praticamente inexistente, uma pena pois acredito que a trama poderia encaixar alguns alívios cômicos, melhor rir da piada do que rir dos diálogos que são tão ruins que beiram ao tragicômico.
A trama gira em torno de dois reinos “Azeroth” e o clã “Frostwolf” que faz parte da aldeia dos orcs, o clã Frostwolf luta para tirar sua família da extinção e por isso, através de um portal, invade a região de Azeroth. O conflito entre as duas classes e os dois heróis de cada clã não é bem trabalhado, com objetivos perdidos e soltos durante o filme. Os personagens principais de cada reino não são bem apresentados, o que dificulta na compreensão e identificação com a história. O poderoso mago Medivh, peça chave no enredo, não ganha o seu protagonismo e nem sequer convence como grande mago, o mesmo vale para o jovem mago Khadgar. O único personagem forte da trama é o feiticeiro Gul’dan o grande vilão do filme, ainda assim é desperdiçado e perde força durante a película.
As batalhas que deveriam ser destaque são atrapalhadas pelo excesso de CGI mencionado anteriormente, os efeitos especiais deixaram o filme com cara de animação, é mais um ponto que pode deixar as plateias mais exigentes irritadas, pois tramas e cenas de ação pecam durante todo o filme, deixando o ritmo arrastado. Os cenários e a dinâmica das lutas são os pontos positivos da obra, ambos criam uma atmosfera que traz a tona o sentimento que é jogar o jogo, os detalhes referentes à jogabilidade do WOW estão todos lá, tornando uma experiência agradável para os fãs.
Sem dúvida alguma “Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos” é um filme para ele: os fãs. O que de certa forma é positivo, porque demonstra que durante a elaboração da obra foi buscada uma representação fiel do jogo, mas infelizmente para um filme cujo orçamento está em torno de US$ 100 milhões agradar apenas aos fãs ainda é pouco.
Mesmo com todos os pontos negativos ressaltados aqui, se você for jogador de MMORPG assistir ao filme é uma experiência válida, desde que seu grau de exigência cinematográfica não seja alto, para os cinéfilos meu conselho é esperar para assistir no conforto de casa ou se poupar e não assistir.
Revisado por: Bruna Vieira.