Dirigido pela atriz, roteirista e diretora alemã Maria Schrader, Ela Disse apresenta os bastidores do caso real, que gerou o movimento #MeToo, contra os abusos da indústria cinematográfica.
O filme já chegou às telonas na última quinta-feira (8) e vale uma atenção especial. O drama jornalístico apresenta o processo que levou Hollywood à loucura em 2017, após a publicação do artigo escrito por Jodi Kantor (Carey Mulligan) e Megan Twohey (Zoe Kazan) para a The New York Times, onde relatava o assédio e abusos sexuais que levou à prisão do grande produtor Harvey Weinstein. O fundador da Miramax passou mais de trinta anos ileso, se escondendo atrás de contratos que restringiam as vítimas de falar o que acontecia.
Ela Disse mostra não só a rotina de trabalho das jornalistas envolvidas, mas também como afetou suas vidas pessoais. Toda a busca por quem quisesse conversar sobre o assunto e se expor como prova viva estão presentes no longa, além das mensagens anônimas que recebiam com ameaças.
A produção inteira, cada detalhe, tem o máximo de relevância. A história é contada de forma clara e sem poupar os telespectadores. Apesar de ter o peso jornalístico, e filmes do gênero tenderem à monotonia, esse não é o caso.
Diante de cenas fortes, como os relatos das mulheres que sofreram, são raros os momentos de respiro. A angústia só sai do peito no final do caso, onde todos os sentimentos se transformam em lágrimas de alívio. O filme acaba na hora em que o artigo finalmente sai do rascunho, com algumas informações extras antes dos créditos.
Um longa de produção simples, com atuação muito boa e uma narrativa intensa, um prato cheio para o Oscar 2023. Apesar de sair do comum ao que a maioria procura para curtir em um fim de semana no cinema, espero que apostem na dica, que é de uma importância irrefutável.