Apesar de tudo fazer o filme parecer que aconteceu no século passado, Entre Mulheres se passa em 2010.
O longa é uma adaptação do livro de mesmo nome “Entre Mulheres” e foi publicado em 2018 pela Miriam Toews que é baseado em fatos reais que aconteceram em uma comunidade Menonita na Bolívia.
A obra é dirigida por Sarah Polley (diretora de Entre o Amor e a Paixão) que também fez o roteiro do filme e conta com um elenco cheio de grandes estrelas, como Claire Foy, Rooney Mara e Frances McDormand, todas, sem exceção, dão um show de atuações impecáveis.

“Os anciões nos disseram que eram fantasmas, ou trabalho do demônio. Ou que nós estávamos mentindo para ganhar atenção. Ou que era apenas um ato da imaginação fértil feminina.”
A fotografia do filme aumenta o ar sombrio e triste que a história passa, a utilização de tons mais frios e cores escuras é para destacar a falta de esperança e medo que as mulheres têm sobre o seu futuro.
O filme trata sobre abuso sexual, violência doméstica, religião e feminismo. A história não mostra as agressões de forma explícita como é feito na maioria dos filmes sobre esses assuntos, ela demonstra o que acontece após esse tipo de situação, a dor que fica e as marcas visíveis e invisíveis que deixam em suas vítimas.

O longa foca no debate das mulheres sobre o que deveria ser feito sobre a vida que elas estavam condicionadas a viver nessa comunidade isolada do mundo, elas se questionam se deveriam ficar e não fazer nada, perdoando os agressores, ficar e lutar por vingança ou fugir deixando todos esses horrores para trás.
Entre Mulheres traz discussões relevantes e essenciais para os dias de hoje, e foi indicado ao Oscar de Melhor filme e de Melhor roteiro adaptado.
Esse filme é brutal e te deixa refletindo por horas sobre seus questionamentos: até onde o ser humano iria em nome da fé em Deus, reinvenção como pessoa, educação e moral.