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Crítica | Extermínio: A Evolução “O estiloso drama zumbi de Danny Boyle e Alex Garland”

Extermínio: A Evolução junta a dubla do primeiro filme Danny Boyle (diretor do primeiro filme) e Alex Garland (Guerra Civil) no estiloso filme zumbi.

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Extermínio: A Evolução

Em um mundo arrasado pelo vírus da raiva, um jovem precisa dominar a linguagem da violência e amadurecer rapidamente para enfrentar o caos sangrento. A franquia “Extermínio” está de volta aos cinemas com Extermínio: A Evolução, reunindo a dupla Danny Boyle (diretor do primeiro filme) e Alex Garland (Guerra Civil), que lançam uma nova trilogia nesse universo, trazendo uma abordagem inovadora para o gênero de zumbis.

Em “Extermínio: A Evolução“, vinte e oito anos se passaram desde que o vírus da raiva escapou do laboratório. Em meio a uma quarentena brutal, alguns sobreviventes encontraram refúgio em uma pequena ilha conectada ao continente por uma passagem fortemente vigiada. Quando um deles parte em uma missão para o coração sombrio do continente, descobre horrores e maravilhas que mutilaram não apenas os infectados, mas também a humanidade que restou.

Extermínio

Boyle constrói uma narrativa clássica de amadurecimento centrada em Spike (interpretado pelo excelente Alfie Williams), um garoto obrigado pelo pai, Jamie (Aaron Taylor-Johnson), a enfrentar o mundo exterior. A jornada é um rito de passagem: Spike precisa dominar seus medos para provar sua “dignidade como homem” à comunidade, enquanto lida com a contradição de ser ainda uma criança em um cenário assustador.

É interessante como a obra não tem vergonha em abraçar a breguice, pois isso abre espaço para “Extermínio” mostrar seu lado trash (ainda continua sendo um filme de estúdio), com isso, temos uma produção que rejeita a seriedade e se arrisca em visuais fanáticos.

O longa estabelece um paralelo perturbador entre essa missão e a lógica da guerra, usando o poema “Boots”, de Rudyard Kipling, que retrata a loucura cíclica dos soldados diante dos conflitos. A montagem brilhante intercala imagens do filme com arquivos de guerras reais, reforçando a ideia de que a violência é uma herança transmitida entre gerações. Assim, as futuras gerações serão marcadas pela loucura de seus antecessores.

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A direção de Boyle, com sua estética digital (foi filmado parcialmente com iPhones para proporcionar um visual lo-fi), captura a brutalidade do mundo através de cores saturadas e enquadramentos estilizados, transformando paisagens apocalípticas em quadros de beleza perturbadora e artificial. Enquanto Jamie personifica um falso heroísmo patriarcal, é Spike quem assume o papel de protetor da família, especialmente da mãe, Isla (Jodie Comer, em uma performance poderosa e livre de estereótipos).

Sua busca pelo médico Ian Kelson (Ralph Fiennes traz uma atuação cativante e inusitada) simboliza a perda da inocência e a resistência em um mundo onde a humanidade se esvai.

Extermínio: A Evolução estreia hoje nos cinemas.

Extermínio: A Evolução
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Nota 8
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