O filme, que já tem uma continuação anunciada, Godzilla vs Kong, estreia no dia 6 de maio deste ano (com sessões antecipadas já para hoje), e retrata o encontro dos dois adversários em uma batalha espetacular e histórica, ou nem tanto. Histórica, definitivamente, considerando os contextos dos filmes anteriores, mas espetacular, nem tanto.
Para os fãs do Monsterverse, a batalha deve ter sido épica, com certeza. Contudo, mesmo para quem não assistiu aos filmes anteriores, é de se esperar que o discorrer da batalha seja outro. Até porque não faz sentido um filme sobre os dois maiores monstros do cinema apenas para que eles se enfrentem. Seria algo como Batman vs Superman: talvez épico, porém, medíocre.
O filme se arrasta por um longo arco que esconde o real problema a ser resolvido – para além da batalha entre os dois monstros -, e isso é o que o torna previsível. Não fosse isso suficiente, a produção ainda arrasta uma trama adolescente para fisgar os fãs de Millie Bobby Brown. Existe muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e, algumas delas poderiam ter sido resolvidas de outra forma.
É o exemplo da personagem Madison (Millie), que precisa de uma introdução no filme e precisa mostrar ao pai que ela não é apenas uma adolescente idiota e conspiradora, e sua importância pode fazer sentido nos próximos filmes. Em Godzilla vs Kong, ela foi coadjuvante de seu amigo, Josh (Julian Dennison), um adolescente não muito corajoso, que acaba ajudando a resolver uma das grandes questões do filme.
Enquanto isso, a relação de Jia (Kaylee Hottle) com Kong nos faz criar um laço emocional com o gorilão, e demonstra toda a força que a personagem (uma criança) tem perante um gorila selvagem gigante. O vínculo entre os dois mostra a necessidade de sua personagem, para que o público possa humanizar o monstro feroz que é Kong.
Em relação à produção, o que realmente impressiona são os efeitos e a finalização da CGI, que são melhores ainda se assistidos com um bom sistema de som, que trazem considerável vivacidade aos efeitos e são o que retêm a atenção do público. A grande batalha entre Godzilla e Kong, por exemplo, é um espetáculo à parte, e, por conta da humanização que os monstros sofrem ao longo do filme, o espectador provavelmente não vai querer que nenhum dos dois morra.
O filme Godzilla vs Kong é um pouco de The Lost World, Viagem ao Centro da Terra e 20 mil Léguas Submarinas, claro, dentro de muitas aspas, pois se trata de uma história peculiar e que vale a pena ser assistida, para os fãs do Monsterverse e, também, para fãs de pancadaria.
Para aqueles que tiverem um pouco de paciência com a cronologia dos acontecimentos e o tempo de filme, pode ser uma boa opção.
Godzilla vs Kong estreia hoje, 29 de abril, nos cinemas.
*Fomos convidados pela Warner Bros. Brasil a ver o filme. O local aonde foi realizada a sessão cumpriu rígidos protocolos de segurança bem como higienização.