Dirigido por Jaume Collet-Serra, o filme da Disney “Jungle Cruise” reascende o humor e o calor da união familiar num período tão conturbado como o da presente pandemia. Lançado no dia 29 de julho, verão para o hemisfério norte, o longa de aventura e fantasia conta com trocadilhos bobos do início ao fim de seus 128 min.
Frank (Dwayne Johnson) é um guia turístico que navega por rios amazônicos há muitos anos e conhece muito bem a região. Devido à sua tamanha destreza em navegar, acaba sendo escolhido pela Doutora Lily Houghton (Emily Blunt) e seu irmão McGregor (Jack Whitehall) para levá-los em uma expedição (pseudo-)científica aos Andes peruanos. O motivo dessa viagem desafiadora é nobre: Lily acredita fortemente em uma lenda sobre uma árvore que detém poderes milagrosos de cura. Segundo essa crença, uma pétala de sua flor seria capaz de curar qualquer mazela.
Como para amenizar as tensões e cansaço trazidos pela atual crise do COVID-19, Jungle Cruise busca refúgio em um humor superficial e respeitoso, ambientando sua estória no ano de 1916.
Apesar de ser contada literalmente no meio da Primeira Guerra Mundial, os roteiristas Michael Green, Glenn Ficarra e John Requa apostaram na sensação de conforto e solidez que apenas uma época histórica que já terminou poderia nos trazer. Até os momentos clichês de drama e romance são bem previsíveis para colaborar com a sensação de controle do espectador, ao já se intuir o que acontece na cena a seguir.
No entanto, não se engane, também há criatividade e dinamismo em Jungle Cruise. Um momento histórico já conhecido e muito bem documentado como a GM somado a um universo misterioso de lendas e maldições característico de povos originários foi uma junção inteligente para se exibir no momento atual. Afinal, assim como a destemida Lily, o que mais estamos buscando acima de tudo é uma cura para a humanidade.
Conforme esperado de um personagem interpretado por Dwayne Johnson em um filme de ação, Frank é capaz de nos surpreender de diversas formas, principalmente com suas habilidades únicas de socar nazistas.
Outro ponto positivo para a Disney foi retratar a importância do apoio familiar a minorias que ainda precisam de empatia, como o personagem gay de Jack Whitehall.
Portanto, Jungle Cruise é um filme para levantar as esperanças e o moral frente a uma luta com o desconhecido e incompreendido. É um reforço para não desistirmos, pois após a tormenta, a cura pode estar logo em nossas mãos.